
O livro Perspectivas De Atuação No Caos: Textos E Contextos se constitui numa obra que faz uma excelente demarcação sobre o tempo em que estamos vivendo, com registros que vão da auto narrativa de uma pessoa LGBTQI++, que viveu uma pandemia causada por um vírus truculento, em pleno século XXI, em um país onde a ordem é o obscurantismo, até apontamentos sobre a importância do desenvolvimento da empatia quando a humanidade parece voltar aos tempos bárbaros numa escalada de violência.
Pensar o caos, ao mesmo tempo em que se constrói uma atmosfera de incertezas e perplexidades em relação à “evolução” do humano ao longo de sua jornada no Planeta, também é uma excelente oportunidade para nos localizarmos neste mundo e encarar de frente uma dura realidade. É o que esta obra nos permite. Reconhecer nossas identidades e nossas formas de atuação em frente ao caos.
Organizado em duas partes, a primeira nos mostra algumas faces desse caos. Na primeira parte, E se fez o caos: descrições e análises, os artigos nos levam a caminhos inusitados. Na Parte II, E se fez ação no caos: possibilidades e desafios, a obra nos remete a pensar que a humanidade ainda pode dar certo!
Em E se fez o caos: descrições e análises, seguimos numa jornada que faz o leitor transitar entre o inesperado, o medo, a incerteza. Indo de textos que quebram o protocolo dos padrões da academia, fazendo-nos sentir mais à vontade ou talvez incomodados, a depender da perspectiva de mundo de cada leitor; o medo, velho companheiro em vivências acadêmicas, que pode chegar a níveis incalculáveis e irreversíveis sem a educação emocional, apontada no importante artigo que analisa os impactos desse tipo de emoção; a sensibilidade nas relações de gênero e diversidade sexual e a formação de professores para a educação dessas relações na escola.
A Parte II, não menos provocativa, E se fez ação no caos: possibilidades e desafios, se inicia com uma discussão sobre a necessidade de (re)politização da escola pública, trazendo à reflexão o conceito de democracia, política e a alienação do cidadão a partir de Habermas, um dos principais expoentes da Escola de Frankfurt.
