A Teoria Da Justiça Utilitarista De J. S. Mill

A Teoria Da Justiça Utilitarista De J. S. Mill - Em meio a todas as acusações feitas ao utilitarismo, aquela que tem ganhado voz com mais força ao longo do século XX é a crença de que o movimento utilitarista teria se mantido indiferente aos problemas da justiça.
Repousando sobre o princípio da utilidade, o materialismo professado pelo utilitarismo clássico de John Stuart Mill (1806 – 1873) é uma dessas teorias mal interpretadas, sujeita às críticas truculentas no decorrer dos últimos anos.


Felizmente, mais recentemente, especialmente depois da segunda metade do século passado, a teoria de Mill tem sido revisitada, levando em conta que o autor pode contribuir em um período pós-guerras frias.
Com o avanço do liberalismo e a dissolução histórica das tentativas de implantação de governos comunistas, Mill tem se mostrado atual na solução que apresentou especialmente entre 1859 e 1861, período em que foram publicadas suas duas principais obras de flosofa política e moral, respectivamente: On Liberty e Utilitarianism.
Primeiramente, precisamos caracterizar Mill como um autor que não distinguiu os fatos no mundo empírico e os valores morais que podem ser considerados abstratos por outras teorias filosóficas.
Seu modelo deliberativo deveu muito as suas concepções de virtudes e o princípio da utilidade possui um papel menos central daquele expresso por uma leitura apressada do autor.
Resumindo ainda muito superficialmente, pois nos deteremos nesse assunto mais tarde, o princípio da utilidade é apenas um critério de ajuizamento para a normatividade moral. Não se trata do único critério, muito menos deve ser visto isoladamente.
A pouca relevância prática do chamado “princípio da maior felicidade” repousa em uma compreensão mais ampla que Mill possui do gênero humano: para ele, o progresso moral é tão natural quanto o desenvolvimento físico e intelectual da espécie. E isso é fundamental para qualquer interpretação que possa ser feita a respeito do seu naturalismo.
É preciso ainda ressaltar que Mill jamais permitiu que sua teoria abrisse margem para algum tipo de cientificismo como aquele professado por Bentham que se esforçou para produzir um conteúdo moral com rigor e método científco laboratorial.
De certa forma, sua principal influência nesse campo era muito mais positivista, levando em conta os principais elementos de discussão na filosofa francesa do século XIX.
Assim, advogar a favor do empirismo na moral, como Mill reconhecidamente advogou, não é o mesmo que imaginar algum tipo de felicitologia, termo elaborado mais tarde para indicar autores preocupados com a distinção sensorial entre diferentes tipos de felicidade.
Em Mill, trata-se apenas de administrar as questões morais por meio de um modelo informado e consciente a respeito da tensão entre os desejos individuais e o contexto social aos quais eles se aplicam.

 

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A Teoria Da Justiça Utilitarista De J. S. Mill – Em meio a todas as acusações feitas ao utilitarismo, aquela que tem ganhado voz com mais força ao longo do século XX é a crença de que o movimento utilitarista teria se mantido indiferente aos problemas da justiça.
Repousando sobre o princípio da utilidade, o materialismo professado pelo utilitarismo clássico de John Stuart Mill (1806 – 1873) é uma dessas teorias mal interpretadas, sujeita às críticas truculentas no decorrer dos últimos anos.
Felizmente, mais recentemente, especialmente depois da segunda metade do século passado, a teoria de Mill tem sido revisitada, levando em conta que o autor pode contribuir em um período pós-guerras frias.
Com o avanço do liberalismo e a dissolução histórica das tentativas de implantação de governos comunistas, Mill tem se mostrado atual na solução que apresentou especialmente entre 1859 e 1861, período em que foram publicadas suas duas principais obras de flosofa política e moral, respectivamente: On Liberty e Utilitarianism.
Primeiramente, precisamos caracterizar Mill como um autor que não distinguiu os fatos no mundo empírico e os valores morais que podem ser considerados abstratos por outras teorias filosóficas.
Seu modelo deliberativo deveu muito as suas concepções de virtudes e o princípio da utilidade possui um papel menos central daquele expresso por uma leitura apressada do autor.
Resumindo ainda muito superficialmente, pois nos deteremos nesse assunto mais tarde, o princípio da utilidade é apenas um critério de ajuizamento para a normatividade moral. Não se trata do único critério, muito menos deve ser visto isoladamente.
A pouca relevância prática do chamado “princípio da maior felicidade” repousa em uma compreensão mais ampla que Mill possui do gênero humano: para ele, o progresso moral é tão natural quanto o desenvolvimento físico e intelectual da espécie. E isso é fundamental para qualquer interpretação que possa ser feita a respeito do seu naturalismo.
É preciso ainda ressaltar que Mill jamais permitiu que sua teoria abrisse margem para algum tipo de cientificismo como aquele professado por Bentham que se esforçou para produzir um conteúdo moral com rigor e método científco laboratorial.
De certa forma, sua principal influência nesse campo era muito mais positivista, levando em conta os principais elementos de discussão na filosofa francesa do século XIX.
Assim, advogar a favor do empirismo na moral, como Mill reconhecidamente advogou, não é o mesmo que imaginar algum tipo de felicitologia, termo elaborado mais tarde para indicar autores preocupados com a distinção sensorial entre diferentes tipos de felicidade.
Em Mill, trata-se apenas de administrar as questões morais por meio de um modelo informado e consciente a respeito da tensão entre os desejos individuais e o contexto social aos quais eles se aplicam.

 

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