Freud/Fliess: Mito E Quimera Da Auto-Análise

Freud/Fliess: Mito E Quimera Da Auto-Análise - Quando nos debruçamos sobre a origem da psicanálise, inevitavelmente nos deparamos com Freud e Fliess, cuja relação é conhecida sobretudo através de sua correspondência. Este livro busca mostrar que essas cartas foram exploradas no intuito de criar e sustentar aquilo a que se chamou a "auto-análise de Freud", que representaria uma versão mítica das origens da psicanálise.
A consideração da íntegra da correspondência conhecida em alemão, a descoberta de dados biográficos de Fliess e a leitura de sua obra - da qual três artigos encontram-se nos apêndices desse volume - levaram a Erik Porge a situar de outra maneira, e não pelo ângulo da auto-análise, o esclarecimento da amizade entre Freud e Fliess. Essa amizade foi, em especial, o que permitiu a Freud ancorar seu desejo de analistas no solo da ciência.


Porge mostra que a ideia de auto-análise revelou-se um anteparo que esconde o que realmente se passou entre Freud e Fliess. Seu rompimento com o amigo permitiu-lhe elaborar uma interpretação paranoica que, no mesmo movimento, ele aplicou ao caso Schreber. Mas essa espécie de sublimação teria se efetuado à custa de uma análise mais minuciosa da loucura de Fliess - anterior ao rompimento de ambos - que, Freud cultivou e desconheceu. Com isso, ele desconheceu também a ajuda que a loucura do amigo lhe proporcionou.
As questões que surgem a propósito da auto-análise de Freud lançam uma ponte entre as origens da psicanálise e alguns momentos decisivos de sua história, como aquele em que, renunciando a enunciar seu seminário sobre os nomes-do-pai, Lacan deixou a associação fundada por Freud para criar sua própria escola. A dissolução desta, em 1981, e a dispersão das associações lacanianas que se seguiu remetem-nos a nossas origens psicanalíticas, na ânsia de iluminar suas zonas de sombra.
Como o leitor verá, a paranoia de Fliess não para de assombrar a transmissão da psicanálise e, acima de tudo, as relações dos psicanalistas entre si.

 

 

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

Freud/Fliess: Mito E Quimera Da Auto-Análise

Freud/Fliess: Mito E Quimera Da Auto-Análise – Quando nos debruçamos sobre a origem da psicanálise, inevitavelmente nos deparamos com Freud e Fliess, cuja relação é conhecida sobretudo através de sua correspondência. Este livro busca mostrar que essas cartas foram exploradas no intuito de criar e sustentar aquilo a que se chamou a “auto-análise de Freud”, que representaria uma versão mítica das origens da psicanálise.
A consideração da íntegra da correspondência conhecida em alemão, a descoberta de dados biográficos de Fliess e a leitura de sua obra – da qual três artigos encontram-se nos apêndices desse volume – levaram a Erik Porge a situar de outra maneira, e não pelo ângulo da auto-análise, o esclarecimento da amizade entre Freud e Fliess. Essa amizade foi, em especial, o que permitiu a Freud ancorar seu desejo de analistas no solo da ciência.
Porge mostra que a ideia de auto-análise revelou-se um anteparo que esconde o que realmente se passou entre Freud e Fliess. Seu rompimento com o amigo permitiu-lhe elaborar uma interpretação paranoica que, no mesmo movimento, ele aplicou ao caso Schreber. Mas essa espécie de sublimação teria se efetuado à custa de uma análise mais minuciosa da loucura de Fliess – anterior ao rompimento de ambos – que, Freud cultivou e desconheceu. Com isso, ele desconheceu também a ajuda que a loucura do amigo lhe proporcionou.
As questões que surgem a propósito da auto-análise de Freud lançam uma ponte entre as origens da psicanálise e alguns momentos decisivos de sua história, como aquele em que, renunciando a enunciar seu seminário sobre os nomes-do-pai, Lacan deixou a associação fundada por Freud para criar sua própria escola. A dissolução desta, em 1981, e a dispersão das associações lacanianas que se seguiu remetem-nos a nossas origens psicanalíticas, na ânsia de iluminar suas zonas de sombra.
Como o leitor verá, a paranoia de Fliess não para de assombrar a transmissão da psicanálise e, acima de tudo, as relações dos psicanalistas entre si.

 

 

https://livrandante.com.br/produto/camisa-digitalizado-2/

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog