A Classe Operária Tem Dois Sexos

A Classe Operária Tem Dois Sexos é uma contribuição duradoura para os que, como Beth Lobo, estão empenhados na emancipação de homens e mulheres.

Trinta anos após a trágica morte de Elizabeth Lobo, A Classe Operária Tem Dois Sexos: Trabalho, Dominação E Resistência publica seus artigos inéditos e reedita aqueles que foram publicados postumamente em 1991. Não se trata apenas de uma justa homenagem a essa pioneira dos estudos de gênero na esfera do trabalho, mas também de assinalar as contribuições duradouras de sua obra, tão cedo truncada.

Elisabeth Souza-Lobo desenvolve pesquisas sobre as operárias brasileiras, o processo de trabalho e a divisão sexual do trabalho nos estabelecimentos industriais do ABC paulista, bem como a participação das mulheres nas lutas sindicais, mostrando que “a classe operária tem dois sexos”, que “operário não é igual a operária”. Ora, na tradição da Sociologia do Trabalho, mesmo quando o trabalho feminino passou a ser considerado, inexistia uma perspectiva comparativa: esse trabalho era visto como “especí!co”. Foi Beth Lobo, na companhia de Vera Soares, quem introduz, em 1985, a perspectiva comparativa com o ensaio “Masculino e feminino na linha de montagem”.

Se mudanças fundamentais ocorreram desde os anos 1970 nas relações de trabalho e de poder entre os sexos, uma série de aspectos mostram que a hierarquia do masculino e do feminino continua ideologicamente ativa. Ao contrário, Beth Lobo coloca a não hierarquização das experiências femininas e masculinas como um princípio que norteia suas pesquisas.

Por isso mesmo, ao introduzir o conceito de gênero no trabalho, faz com que este seja um operador decisivo na construção da identidade e do acesso das mulheres à cidadania, porém, ao mesmo tempo, ela o relativiza, fazendo-o operar com nuances de chiaro-oscuro que, tradicionalmente, o olhar sociológico não é capaz de perceber.

Fundados em pesquisas empíricas e com cuidadosa atenção à formação histórica das classes sociais, os ensaios da primeira parte de A Classe Operária Tem Dois Sexos permitem a conceitualização e o desenvolvimento teórico dos textos apresentados na segunda parte, e ambas contribuem para pensar as vias complexas do feminismo enquanto estratégia de luta para a emancipação e para a igualdade de gênero, objeto da terceira parte.

Diante de nós, descortina-se o campo simbólico de representações no qual são construídos o feminino e o masculino em suas múltiplas relações, da sexualidade ao poder. É isto que faz A Classe Operária Tem Dois Sexos não simplesmente atual, mas uma contribuição duradoura para os que, como Beth Lobo, estão empenhados na emancipação de homens e mulheres.

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A Classe Operária Tem Dois Sexos é uma contribuição duradoura para os que, como Beth Lobo, estão empenhados na emancipação de homens e mulheres.

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Elisabeth Souza-Lobo desenvolve pesquisas sobre as operárias brasileiras, o processo de trabalho e a divisão sexual do trabalho nos estabelecimentos industriais do ABC paulista, bem como a participação das mulheres nas lutas sindicais, mostrando que “a classe operária tem dois sexos”, que “operário não é igual a operária”. Ora, na tradição da Sociologia do Trabalho, mesmo quando o trabalho feminino passou a ser considerado, inexistia uma perspectiva comparativa: esse trabalho era visto como “especí!co”. Foi Beth Lobo, na companhia de Vera Soares, quem introduz, em 1985, a perspectiva comparativa com o ensaio “Masculino e feminino na linha de montagem”.

Se mudanças fundamentais ocorreram desde os anos 1970 nas relações de trabalho e de poder entre os sexos, uma série de aspectos mostram que a hierarquia do masculino e do feminino continua ideologicamente ativa. Ao contrário, Beth Lobo coloca a não hierarquização das experiências femininas e masculinas como um princípio que norteia suas pesquisas.

Por isso mesmo, ao introduzir o conceito de gênero no trabalho, faz com que este seja um operador decisivo na construção da identidade e do acesso das mulheres à cidadania, porém, ao mesmo tempo, ela o relativiza, fazendo-o operar com nuances de chiaro-oscuro que, tradicionalmente, o olhar sociológico não é capaz de perceber.

Fundados em pesquisas empíricas e com cuidadosa atenção à formação histórica das classes sociais, os ensaios da primeira parte de A Classe Operária Tem Dois Sexos permitem a conceitualização e o desenvolvimento teórico dos textos apresentados na segunda parte, e ambas contribuem para pensar as vias complexas do feminismo enquanto estratégia de luta para a emancipação e para a igualdade de gênero, objeto da terceira parte.

Diante de nós, descortina-se o campo simbólico de representações no qual são construídos o feminino e o masculino em suas múltiplas relações, da sexualidade ao poder. É isto que faz A Classe Operária Tem Dois Sexos não simplesmente atual, mas uma contribuição duradoura para os que, como Beth Lobo, estão empenhados na emancipação de homens e mulheres.

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