Homo Consumptor

Homo Consumptor: Dimensões Teóricas da Comunicação Publicitária é o título que escolhemos para este ensaio, uma paródia à última fase da evolução filogenética da humanidade – Homo Sapiens Sapiens. Tantos, milhões de anos de evolução para isto!

Um Homem cuja principal razão de ser já não é mais a de encher a barriga, perpetuar o gene, descobrir abrigo, dormir descansado, ser feliz no dia a dia. Não. Completamente centrado no presente do indicativo, as preocupações deste macaco nu pós-moderno são mais prosaicas, absolutamente focadas na resolução de importantes dilemas fundamentais para a vida da humanidade. Pauperização dos recursos? Não! Que marca escolher daquele Touriga Nacional, reserva 2007. Poluição do planeta? Realmente, o que conta é o detergente que faz cintilar a loiça. Fome, pobreza, guerra, crise económica?
Talvez. . . , é preciso pensar nisso. A propósito onde é o restaurante daquela marca de pizzas; sim, sim, essa. . .
Se antes este hominídeo sofreu milhares de anos até aprender à sua custa a ler no Sol e nas estrelas pistas, sinais de caça e de inimigos, actualmente quase que nasce com uma vocação semiótica. Vejam-se as crias deste macaco, que mais depressa sabem como navegar na Internet, decoram marcas de publicidade ou jogam nos telemóveis do que aprendem a escrever o seu nome. No espaço de um século muito progrediu na interpretação dos anúncios mais obscuros que, todos os dias, invariavelmente recebe. Deixou de crer no Senhor Prior para acreditar no gerente bancário. Este Homo é assumidamente Consumptor; está irmanado nos mais nobres ideais da Revolução Francesa e da sociedade de consumo. Liberdade, fraternidade e igualdade, principalmente na loja do chinês! O seu self só se constitui no âmbito do mercado e na linguagem (para o consumo). Com a mesma facilidade com que come churros, de modo nenhum é indiferente aos reclames que devora com os olhos, comenta com os amigos, colecciona no Ipod ou disponibiliza no You Tube. Em suma, é um hominídeo de olhos esbugalhados, insatisfeito e tão stressado como o seu parente ancestral. . . Agora, capaz de se orientar GPS por entre a selva das marcas, é assumidamente um ser da linguagem (comercial), um homem puramente publicitário.

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Homo Consumptor: Dimensões Teóricas da Comunicação Publicitária é o título que escolhemos para este ensaio, uma paródia à última fase da evolução filogenética da humanidade – Homo Sapiens Sapiens. Tantos, milhões de anos de evolução para isto! Um Homem cuja principal razão de ser já não é mais a de encher a barriga, perpetuar o gene, descobrir abrigo, dormir descansado, ser feliz no dia a dia. Não. Completamente centrado no presente do indicativo, as preocupações deste macaco nu pós-moderno são mais prosaicas, absolutamente focadas na resolução de importantes dilemas fundamentais para a vida da humanidade. Pauperização dos recursos? Não! Que marca escolher daquele Touriga Nacional, reserva 2007. Poluição do planeta? Realmente, o que conta é o detergente que faz cintilar a loiça. Fome, pobreza, guerra, crise económica?
Talvez. . . , é preciso pensar nisso. A propósito onde é o restaurante daquela marca de pizzas; sim, sim, essa. . .
Se antes este hominídeo sofreu milhares de anos até aprender à sua custa a ler no Sol e nas estrelas pistas, sinais de caça e de inimigos, actualmente quase que nasce com uma vocação semiótica. Vejam-se as crias deste macaco, que mais depressa sabem como navegar na Internet, decoram marcas de publicidade ou jogam nos telemóveis do que aprendem a escrever o seu nome. No espaço de um século muito progrediu na interpretação dos anúncios mais obscuros que, todos os dias, invariavelmente recebe. Deixou de crer no Senhor Prior para acreditar no gerente bancário. Este Homo é assumidamente Consumptor; está irmanado nos mais nobres ideais da Revolução Francesa e da sociedade de consumo. Liberdade, fraternidade e igualdade, principalmente na loja do chinês! O seu self só se constitui no âmbito do mercado e na linguagem (para o consumo). Com a mesma facilidade com que come churros, de modo nenhum é indiferente aos reclames que devora com os olhos, comenta com os amigos, colecciona no Ipod ou disponibiliza no You Tube. Em suma, é um hominídeo de olhos esbugalhados, insatisfeito e tão stressado como o seu parente ancestral. . . Agora, capaz de se orientar GPS por entre a selva das marcas, é assumidamente um ser da linguagem (comercial), um homem puramente publicitário.

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