A obra Educação Alimentar E Nutricional De Adolescentes: Complexidade, Resiliência E Autonomia reflete o pensamento de um dos filósofos que a inspira, Edgar Morin, no sentido de que “a educação deve ser um despertar para a filosofia, para a literatura, para a música, para as artes”.
A adolescência é identificada como um período de importantes transformações corporais e é na dinâmica das modificações hormonais deste período da vida que as crianças se transformam em adultos. Falando dessa forma, remete a algo passageiro e natural. E sim, é da natureza humana as múltiplas transformações corporais durante a adolescência.
O difícil é saber lidar com tudo que acontece: ganho de peso, o qual prepara o corpo para o crescimento acelerado; o desenvolvimento de caracteres sexuais secundários, acnes, a menarca, a primeira ejaculação, poluções noturnas, alterações na composição corporal, formação de opiniões, identidades, maior independência e responsabilidades.
Além das cobranças que emergem de todos os lugares: família, amigos, desconhecidos, escola, mídias sociais e da própria cabeça dos adolescentes. Ser adolescente é desafiador e, por isso, acredito que precisamos trabalhar para desconstruímos um pouco a visão romantizada e positiva da adolescência, como período no qual os problemas não existem.
Os problemas existem e devem ser considerados de forma séria e responsável. A adolescência é uma fase de vulnerabilidades que precisa ser prioridade nas ações de saúde, alimentação e nutrição.
Nessa perspectiva, Educação Alimentar E Nutricional De Adolescentes, o qual foi construído por diferentes pessoas que vivenciam a adolescência (adolescentes e profissionais que trabalham com adolescentes), tem a pretensão de auxiliar educadores em alimentação e nutrição (nutricionistas, outros profissionais de saúde, professores e outros sujeitos da comunidade escolar) no desenvolvimento de suas ações com adolescentes.
Desejamos contribuir para qualificação das ações em saúde, alimentação e nutrição na adolescência discutindo temas como complexidade, educação, resiliência e autonomia.