Narrativas Históricas, Ensino E Práticas Docentes

Narrativas Históricas, Ensino E Práticas Docentes enfoca especialmente teorias, práticas docentes e desafios conectados com a agenda do tempo presente.

O que significa uma história daqueles que não estão em posições de poder? Uma questão inquietante, pois a própria história tinha como função a narração dos grandes feitos. No fundo ela, como uma escrita, ocultava seus pressupostos. Ela nascia para justificar alguma prática governante; deveria mostrar seus passos e sua grandeza em um mundo encenado para os fortes.

A história nasce de uma encenação. Mas, na medida em que se descobrem suas condições de produção, cai por terra uma espécie de fixação pelas origens. Além de justificar uma prática de governo, a história deve servir de exemplo. Sua tarefa é mostrar bons exemplos para que o presente não se perca na indecisão e no esquecimento.

Nos princípios da modernidade, surgem novas tarefas para a história. Ela abandona o “mito das origens”. O Iluminismo exige que a narrativa histórica seja verossímil, segundo Voltaire. Mas ela continua com a tarefa de descrever uma grandiosidade: deve agora contribuir para a formação do Estado-nação.

A política continua como um objeto superior de estudo; são considerados grandes acontecimentos as reviravoltas constitucionais, bem como uma batalha travada em nome da pátria. A história ainda é um privilégio dos “donos do poder”.

Essas novas práticas (historiadoras, antropológicas e sociológicas) repercutem no ensino de história. Se a história deixa de ser um instrumento de poder é preciso que o próprio ensino (de história) revise seu objetivo. Não memorizar mais os grandes acontecimentos, mas despertar, desenvolver, novas capacidades nos sujeitos.

O ensino de história deve contribuir para o desenvolvimento da consciência histórica, como apontam as reflexões de Jörn Rüsen. A temporalidade ingressa como tema de aprendizado: o que significa se compreender como um ser histórico, temporal?

Aqui, a história se libertou de seu cativeiro do “passado”. Ela julga, avalia, pondera, aponta. Deve mostrar aquilo que poderia ter ocorrido (Walter Benjamin, Paul Ricoeur); ela tensiona com o presente, na abertura de uma nova expectativa de futuro (Reinhart Koselleck, Jörn Rüsen).

Os estudos reunidos em Narrativas Históricas, Ensino E Práticas Docentes resultaram de pesquisas apresentadas, por discentes e docentes, na VIII Semana do Curso de História e IV Encontro do Mestrado Profissional em Ensino de História (profhistória) da UFT/Araguaína - História e formação docente: desafios e possibilidades, ocorrida entre 19 e 23 de novembro de 2019. Existem também, nesta obra, produções de alguns autores convidados, que estudam temas que foram contemplados neste Evento.

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O que significa uma história daqueles que não estão em posições de poder? Uma questão inquietante, pois a própria história tinha como função a narração dos grandes feitos. No fundo ela, como uma escrita, ocultava seus pressupostos. Ela nascia para justificar alguma prática governante; deveria mostrar seus passos e sua grandeza em um mundo encenado para os fortes.

A história nasce de uma encenação. Mas, na medida em que se descobrem suas condições de produção, cai por terra uma espécie de fixação pelas origens. Além de justificar uma prática de governo, a história deve servir de exemplo. Sua tarefa é mostrar bons exemplos para que o presente não se perca na indecisão e no esquecimento.

Nos princípios da modernidade, surgem novas tarefas para a história. Ela abandona o “mito das origens”. O Iluminismo exige que a narrativa histórica seja verossímil, segundo Voltaire. Mas ela continua com a tarefa de descrever uma grandiosidade: deve agora contribuir para a formação do Estado-nação.

A política continua como um objeto superior de estudo; são considerados grandes acontecimentos as reviravoltas constitucionais, bem como uma batalha travada em nome da pátria. A história ainda é um privilégio dos “donos do poder”.

Essas novas práticas (historiadoras, antropológicas e sociológicas) repercutem no ensino de história. Se a história deixa de ser um instrumento de poder é preciso que o próprio ensino (de história) revise seu objetivo. Não memorizar mais os grandes acontecimentos, mas despertar, desenvolver, novas capacidades nos sujeitos.

O ensino de história deve contribuir para o desenvolvimento da consciência histórica, como apontam as reflexões de Jörn Rüsen. A temporalidade ingressa como tema de aprendizado: o que significa se compreender como um ser histórico, temporal?

Aqui, a história se libertou de seu cativeiro do “passado”. Ela julga, avalia, pondera, aponta. Deve mostrar aquilo que poderia ter ocorrido (Walter Benjamin, Paul Ricoeur); ela tensiona com o presente, na abertura de uma nova expectativa de futuro (Reinhart Koselleck, Jörn Rüsen).

Os estudos reunidos em Narrativas Históricas, Ensino E Práticas Docentes resultaram de pesquisas apresentadas, por discentes e docentes, na VIII Semana do Curso de História e IV Encontro do Mestrado Profissional em Ensino de História (profhistória) da UFT/Araguaína – História e formação docente: desafios e possibilidades, ocorrida entre 19 e 23 de novembro de 2019. Existem também, nesta obra, produções de alguns autores convidados, que estudam temas que foram contemplados neste Evento.

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