![Capitalismo Extremo E Captura Da Democracia No Brasil trata sobre os modos como poderes privados capturam a dimensão pública no Brasil.](https://i0.wp.com/livrandante.com.br/wp-content/uploads/2019/08/capitalismo-extremo-e-captura-da-democracia-no-brasil.jpg?resize=205%2C289&ssl=1)
Quando elaboramos essa pesquisa, no começo de 2017, a crise da democracia brasileira já era profunda.
Nós, do Vigência, estamos desde 2015 produzindo reflexão e pesquisas sobre os modos como poderes privados capturam a dimensão pública no Brasil e, com isso, inviabilizam processos democráticos previstos na Constituição de 1988.
As eleições municipais de outubro de 2016 reforçaram essa dinâmica de crise. A escolha feita pelo eleitorado das duas maiores cidades do Brasil se destacou no quadro geral devido à exemplaridade dos vencedores e de suas estratégias eleitorais.
Em São Paulo, “capital econômica do país”, o discurso do prefeito “trabalhador” que prometeu “acelerar” o tempo e ritmo do desenvolvimento da cidade foi vitorioso.
Já no Rio de Janeiro, “capital cultural da nação”, o triunfo veio com a imagem do alcaide que “cuida das pessoas” com a promessa de aproximar o poder público municipal do cotidiano da população.
Ambos se apresentaram, ainda, como outsiders, buscando surfar no sentimento generalizado de rejeição ao sistema político1, sentimento que ganharia ainda mais força tanto no pleito presidencial de 2018 quanto nas eleições para governo do Estado no mesmo ano.
Não há nada de contraditório, à primeira vista, entre as imagens e estratégias que ganharam as eleições e um bom funcionamento da democracia nas duas principais metrópoles brasileiras.
Ao contrário, as narrativas do trabalho, da aceleração do desenvolvimento e da aproximação do Estado e do cidadão são, a priori, propostas que cabem em uma institucionalidade representativa que se baseia no sufrágio universal, na vontade popular e na cidadania ativa.
O que Capitalismo Extremo E Captura Da Democracia No Brasil pretende demonstrar é justamente uma das faces dessa perversa dinâmica que domina a democracia brasileira: a partir do estudo das biografias do primeiro escalão dos governos Doria e Crivella, bem como das principais medidas adotadas em suas gestões, procuramos ilustrar e materializar os processos de captura da democracia brasileira ora em curso nas duas maiores cidades do país.
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