Sacco E Vanzetti: O Protesto Brasileiro

Sacco E Vanzetti: O Protesto Brasileiro conta como reagiram os democratas brasileiros à farsa da condenação desses dois operários italianos.

Clóvis Moura é um escritor sempre voltado para os temas através dos quais se vislumbram injustiças, discriminações, espoliações ou atitudes patrióticas dignas da homenagem histórica.

Escreveu Retrato de Luiz Gama, Euclides da Cunha e a Realidade Nacional, Introdução ao Pensamento de Euclides da Cunha, Rebeliões da Senzala, sem falar em contribuições jornalísticas dentro da mesma linha de humanismo consciente.

Volta com Sacco E Vanzetti: O Protesto Brasileiro, isto é, conta como reagiram os democratas brasileiros à farsa da condenação desses dois operários italianos que, praticando a ideologia que na época era a que lutava contra a exploração do homem pelo homem, foram colhidos pela justiça não por atos subversivos, mas acusados de crime comum não cometido, numa época dura em que a pobreza, para alimentar-se, só tinha o conforto das latas de lixo.

Cabe ao autor relatar os fatos. Cabe a nós, leitores, ressaltar o hábito de serem punidas por crimes diferenciados, não cometidos, pessoas que não podem ser condenadas por sua maneira de pensar, só porque essa indicação de procedimento moral é politicamente contrária às regras formais do status político vigente.

No caso Dreifuss, era um judeu e a máquina opressora jesuítica não o perdoou. No caso dos Rosemberg, tinham ideias que não confraternizavam com as injustiças sociais e por isso foram condenados como espiões a favor da URSS. No caso Sacco e Vanzetti, eram anarquistas, eram operários e desempregados: foram eletrocutados por suas ideias, e não pelo crime de latrocínio não cometido, provadamente não cometido.

Armado um gigantesco cenário de coações imundas, o que se condenava já não eram mais dois italianos pobres, mas o próprio anarquismo como ideologia e doutrina de nações sem classe. A sociedade quis provar que os anarquistas eram ladrões e assassinos…Lembramo-nos da história de um juiz que baixou uma ordem mais ou menos assim: “Se virem por aí algum homem malvestido, sapato cambaio, colarinho encardido, cabeludo e barbudo, prendam-no: ou é ladrão ou anarquista.”.

Eis ao que leva a sanha contra o direito pensante, contra o dever de lutar pela vida melhor dos povos.

O pretexto é o mesmo: laçar a caça pelo que não fez, mas pelo que pode fazer. Nietzsche, no Zaratustra, faz com que o Super-Homem milagroso se negue a tirar a corcunda de um infeliz e nega-o dizendo: “Se te tirar a corcunda vais ser conquistador de mulheres.”.

A lei do bode expiatório é eterna. Cristo foi crucificado entre ladrões, não por suas ideias pacíficas, mas porque passava a representar um perigo ao prestígio dos sacerdotes. Não puderam condená-lo por crime comum, condenaram-no por blasfemar. Velhos tempos, novos tempos, ideias iguais nos julgamentos que partem dos poderosos.

Clóvis Moura é escritor que sabe até onde a violência pode chegar quando os dominadores são contrariados. Se dizem: sejam dos nossos, querem dizer: pensem como pensamos.

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Clóvis Moura é um escritor sempre voltado para os temas através dos quais se vislumbram injustiças, discriminações, espoliações ou atitudes patrióticas dignas da homenagem histórica.

Escreveu Retrato de Luiz Gama, Euclides da Cunha e a Realidade Nacional, Introdução ao Pensamento de Euclides da Cunha, Rebeliões da Senzala, sem falar em contribuições jornalísticas dentro da mesma linha de humanismo consciente.

Volta com Sacco E Vanzetti: O Protesto Brasileiro, isto é, conta como reagiram os democratas brasileiros à farsa da condenação desses dois operários italianos que, praticando a ideologia que na época era a que lutava contra a exploração do homem pelo homem, foram colhidos pela justiça não por atos subversivos, mas acusados de crime comum não cometido, numa época dura em que a pobreza, para alimentar-se, só tinha o conforto das latas de lixo.

Cabe ao autor relatar os fatos. Cabe a nós, leitores, ressaltar o hábito de serem punidas por crimes diferenciados, não cometidos, pessoas que não podem ser condenadas por sua maneira de pensar, só porque essa indicação de procedimento moral é politicamente contrária às regras formais do status político vigente.

No caso Dreifuss, era um judeu e a máquina opressora jesuítica não o perdoou. No caso dos Rosemberg, tinham ideias que não confraternizavam com as injustiças sociais e por isso foram condenados como espiões a favor da URSS. No caso Sacco e Vanzetti, eram anarquistas, eram operários e desempregados: foram eletrocutados por suas ideias, e não pelo crime de latrocínio não cometido, provadamente não cometido.

Armado um gigantesco cenário de coações imundas, o que se condenava já não eram mais dois italianos pobres, mas o próprio anarquismo como ideologia e doutrina de nações sem classe. A sociedade quis provar que os anarquistas eram ladrões e assassinos…Lembramo-nos da história de um juiz que baixou uma ordem mais ou menos assim: “Se virem por aí algum homem malvestido, sapato cambaio, colarinho encardido, cabeludo e barbudo, prendam-no: ou é ladrão ou anarquista.”.

Eis ao que leva a sanha contra o direito pensante, contra o dever de lutar pela vida melhor dos povos.

O pretexto é o mesmo: laçar a caça pelo que não fez, mas pelo que pode fazer. Nietzsche, no Zaratustra, faz com que o Super-Homem milagroso se negue a tirar a corcunda de um infeliz e nega-o dizendo: “Se te tirar a corcunda vais ser conquistador de mulheres.”.

A lei do bode expiatório é eterna. Cristo foi crucificado entre ladrões, não por suas ideias pacíficas, mas porque passava a representar um perigo ao prestígio dos sacerdotes. Não puderam condená-lo por crime comum, condenaram-no por blasfemar. Velhos tempos, novos tempos, ideias iguais nos julgamentos que partem dos poderosos.

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