Esta cartilha é resultado de uma das proposições previstas pelo projeto Apoio e Fomento às Iniciativas de Fundos Solidários da Região Centro-Oeste (FS-CO).
A preocupação inicial: publicar, ao final do projeto, uma síntese de “achados” que poderiam permitir, como um balanço, socializar para as bases do movimento da economia solidária e para um público maior as reflexões e os acúmulos desse período.
Ao final desse projeto, há duas grandes constatações:
- Os fundos solidários no Centro-Oeste fazem parte de um esforço maior de iniciativas de fortalecimento da economia solidária na região e no país. Por isso esta cartilha se reporta aos esforços conjuntos nesse período para a construção dos Planos Estaduais de economia solidária das redes e cadeias produtivas identificadas a partir de exercícios de “territorialização” em processo de articulação econômica e de “incidências” políticas perante os governos locais. Os esforços significaram maior integração entre ações de finanças solidárias, comercialização, processos educativos e lutas para maior visibilidade institucional da economia solidária, como os conselhos estaduais e o Cadastro Nacional de Empreendimentos Econômicos Solidários (Cadsol), nosso sistema de identidade legal.
- Os fundos solidários, como instrumento de gestão dos recursos (financeiros ou não), têm papel estratégico próprio. Neste projeto, o desafio materializou-se no processo de diagnóstico, formação, definição de ações específicas de planejamento participativo das atividades coletivas dos fundos solidários. Seus Planos de Desenvolvimento (PDs) trazem as principais demandas, as estratégias propostas e o planejamento de ações territorializadas dos trinta empreendimentos e/ou redes participantes do projeto.
Considerando que o maior desafio permanece – a articulação regional do bioma Cerrado como forma de luta por sua preservação, cada vez mais ameaçada –, algumas estratégias foram aventadas neste final de projeto. Elas estão aqui apresentadas.
Considerando que a emergência do tema fundos solidários é muito recente no Centro-Oeste, o contexto de finanças solidárias no âmbito territorial e a percepção de outro desenvolvimento que não o predatório, percebemos que ainda há muito o que caminhar, pois “caminhante, não há caminho, caminho se faz ao andar” (Antônio Machado, poeta espanhol).
Esses “caminhos trilhados” contaram com a participação das lideranças não apenas dos trinta empreendimentos ou redes. Vários outros protagonistas colaboraram: empreendimentos (como o de catadores de materiais recicláveis), entidades de apoio e fomento, gestores públicos. Destaque especial para nossos agentes animadores regionais, estaduais e territoriais, cujo papel de militância garantiu novos “passos” na autodeterminação da economia solidária no Centro-Oeste.