As Drogas Na Contemporaneidade

Nos últimos anos, sempre que sou solicitado a falar sobre drogas para algum grupo, tenho me valido de um expediente relativamente simples: solicito que respondam, sem assinar, a esta pergunta aparentemente simples: Por que os humanos usam drogas?


Rapidamente percebi que as respostas, independentemente da categoria, idade ou cultura, giravam sempre em torno de concepções verdadeiras, em sua maioria, mas descontextualizadas, explicitando certo saber comum, quase banal, para não dizer jornalístico: “por curiosidade”, “para fugir do cotidiano”, “por falta de fé”, “para não sentir dor”, “por medo”, “para pertencer a um grupo”, “por causa de amigos”, para citar as mais frequentes. Didaticamente, sempre leio algumas respostas, comentando-as e enfatizando suas possíveis significações para, finalmente, propor minha própria resposta.
Apresento duas possibilidades, ambas a serem lidas na dimensão do universo simbólico: o mito de Adão e Eva e o mito da Horda Primitiva. Valho-me, aqui, apenas da ideia concebida por Charles Darwin de Horda Primeva enquanto grupo original, sem avançar na construção psicanalítica elaborada por Freud a partir da morte do pai primevo e suas consequências fundamentais, isto é, a organização social e cultural humana. A depender do público ou de alguma disposição do meu inconsciente, começo por um deles e acabo, invariavelmente, pelo outro. Não é difícil compreender que contar uma história é diferente de escrevê-la.
As inflexões, os gestos, os silêncios, tudo é importante no teatro didático. Escrever exige outra arte da qual sempre fujo. Esta é a primeira vez que experimento escrever a minha resposta à pergunta “por que os humanos usam drogas?”
Consideremos que os humanos nem sempre puderam ser vistos com as características psíquicas e sociais que hoje os definem.
Podemos supor que, no começo, deslocava-se no tempo um grupo de seres liderados por um grande chefe, sem passado e sem futuro, aprisionados em um eterno presente, um tempo permanente, posto que não simbolizavam e não eram dotados de linguagem e, portanto, impossibilitados de antecipar o futuro ou reconhecer o passado, vivendo em um inelutável “aqui e agora”, aprisionados em um eterno tempo presente.

 

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

As Drogas Na Contemporaneidade

Nos últimos anos, sempre que sou solicitado a falar sobre drogas para algum grupo, tenho me valido de um expediente relativamente simples: solicito que respondam, sem assinar, a esta pergunta aparentemente simples: Por que os humanos usam drogas?
Rapidamente percebi que as respostas, independentemente da categoria, idade ou cultura, giravam sempre em torno de concepções verdadeiras, em sua maioria, mas descontextualizadas, explicitando certo saber comum, quase banal, para não dizer jornalístico: “por curiosidade”, “para fugir do cotidiano”, “por falta de fé”, “para não sentir dor”, “por medo”, “para pertencer a um grupo”, “por causa de amigos”, para citar as mais frequentes. Didaticamente, sempre leio algumas respostas, comentando-as e enfatizando suas possíveis significações para, finalmente, propor minha própria resposta.
Apresento duas possibilidades, ambas a serem lidas na dimensão do universo simbólico: o mito de Adão e Eva e o mito da Horda Primitiva. Valho-me, aqui, apenas da ideia concebida por Charles Darwin de Horda Primeva enquanto grupo original, sem avançar na construção psicanalítica elaborada por Freud a partir da morte do pai primevo e suas consequências fundamentais, isto é, a organização social e cultural humana. A depender do público ou de alguma disposição do meu inconsciente, começo por um deles e acabo, invariavelmente, pelo outro. Não é difícil compreender que contar uma história é diferente de escrevê-la.
As inflexões, os gestos, os silêncios, tudo é importante no teatro didático. Escrever exige outra arte da qual sempre fujo. Esta é a primeira vez que experimento escrever a minha resposta à pergunta “por que os humanos usam drogas?”
Consideremos que os humanos nem sempre puderam ser vistos com as características psíquicas e sociais que hoje os definem.
Podemos supor que, no começo, deslocava-se no tempo um grupo de seres liderados por um grande chefe, sem passado e sem futuro, aprisionados em um eterno presente, um tempo permanente, posto que não simbolizavam e não eram dotados de linguagem e, portanto, impossibilitados de antecipar o futuro ou reconhecer o passado, vivendo em um inelutável “aqui e agora”, aprisionados em um eterno tempo presente.

 

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog