Crise Do Brasil Arcaico

Crise Do Brasil Arcaico trata das relações industriais em duas comunidades da Zona da Mata mineira, analisadas como parte integrante da organização social das mesmas, e das condições que nelas atuam no sentido da alteração daquelas relações.
O problema situa-se, entretanto, num contexto mais amplo.


Interessou-nos o estudo daquelas comunidades na medida em que revelava certos processos de mudança de relações de trabalho (que constituem a trava mestra da ordem tradicional no Brasil) que estão em curso em larga extensão da nossa sociedade.
De fato, salienta-se na análise encentada, o impacto de transformações políticas e econômicas nacionais sobre as relações industriais e a organização social de comunidades do interior brasileiro.
Trata-se sem dúvida de um processo total de desenvolvimento social, político e econômico. Entretanto, pela perspectiva mesmo que adotamos, – trata-se de estudo de comunidade – examina-se apenas a parte do processo relativa a como o que ocorre no nível nacional incide sobre o local, sem cuidarmos das repercussões que se dão em sentido contrário.
Em outras palavras, pretendemos ver a quebra do padrão patrimonialista de relações de trabalho em cidades industriais de Minas Gerais, como componente de um processo global de desintegração da ordem tradicional no Brasil, provocado, a seu turno, pelo desenvolvimento social e econômico.
Cremos que os mecanismos de mudança identificados, são válidos, grosso modo, para as relações nas indústrias imersas no tradicionalismo de pequenas comunidades existentes por todo o Brasil. É provável que também o sejam para amplas áreas do campo brasileiro, onde já se notam indicações de profunda crise nas relações patrimonialistas de trabalho.
Justifica-se, assim, a generalidade do título dado a este estudo monográfico: Crise Do Brasil Arcaico – Estudo da mudança das relações de trabalho na Sociedade Patrimonialista.
O trabalho faz parte de um plano geral denominado Programa de Pesquisas em Cidades-Laboratório, patrocinado e financiado pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais e pela Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo, do Ministério de Educação e Cultura, que foi levado a efeito em várias cidades brasileiras, para servir de base a um planejamento educacional.
Em duas cidades vizinhas, – que designaremos pelos nomes fictícios Sobrado e Mundo Novo – situadas na Zona da Mata de Minas Gerais, foram entre outros realizados três estudos:
a) – estudo de caracterização socioeconômica e cultural, dirigido por Oracy Nogueira;
b) – estudo da mobilidade social, sob a direção de Bertram Hutchinson; e
c) – análise das relações industriais, prevalecentes nas duas cidades, a nosso cargo, e do qual este é o relato final.

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O problema situa-se, entretanto, num contexto mais amplo.
Interessou-nos o estudo daquelas comunidades na medida em que revelava certos processos de mudança de relações de trabalho (que constituem a trava mestra da ordem tradicional no Brasil) que estão em curso em larga extensão da nossa sociedade.
De fato, salienta-se na análise encentada, o impacto de transformações políticas e econômicas nacionais sobre as relações industriais e a organização social de comunidades do interior brasileiro.
Trata-se sem dúvida de um processo total de desenvolvimento social, político e econômico. Entretanto, pela perspectiva mesmo que adotamos, – trata-se de estudo de comunidade – examina-se apenas a parte do processo relativa a como o que ocorre no nível nacional incide sobre o local, sem cuidarmos das repercussões que se dão em sentido contrário.
Em outras palavras, pretendemos ver a quebra do padrão patrimonialista de relações de trabalho em cidades industriais de Minas Gerais, como componente de um processo global de desintegração da ordem tradicional no Brasil, provocado, a seu turno, pelo desenvolvimento social e econômico.
Cremos que os mecanismos de mudança identificados, são válidos, grosso modo, para as relações nas indústrias imersas no tradicionalismo de pequenas comunidades existentes por todo o Brasil. É provável que também o sejam para amplas áreas do campo brasileiro, onde já se notam indicações de profunda crise nas relações patrimonialistas de trabalho.
Justifica-se, assim, a generalidade do título dado a este estudo monográfico: Crise Do Brasil Arcaico – Estudo da mudança das relações de trabalho na Sociedade Patrimonialista.
O trabalho faz parte de um plano geral denominado Programa de Pesquisas em Cidades-Laboratório, patrocinado e financiado pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais e pela Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo, do Ministério de Educação e Cultura, que foi levado a efeito em várias cidades brasileiras, para servir de base a um planejamento educacional.
Em duas cidades vizinhas, – que designaremos pelos nomes fictícios Sobrado e Mundo Novo – situadas na Zona da Mata de Minas Gerais, foram entre outros realizados três estudos:
a) – estudo de caracterização socioeconômica e cultural, dirigido por Oracy Nogueira;
b) – estudo da mobilidade social, sob a direção de Bertram Hutchinson; e
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