Formação De Pessoal De Nível Médio Para A Saúde: Desafios E Perspectivas

Formar pessoal de nível médio para atuar na área da saúde é algo que se configura especialmente preocupante, se pensadas as especificidades e peculiaridades que caracterizam o trabalho em saúde (preservação da existência humana, luta pela manutenção da vida, convívio e oposição permanentes ao risco da morte).


O fato mais se agrava na medida em que os avanços tecnológicos têm ocorrido de modo cada vez mais acelerado fazendo com que, em países como o nosso, se estabeleça um hiato entre o que se desenvolve de mais moderno em termos de tecnologias aplicadas à saúde e a realidade social e sanitária de grande parcela da população que sobrevive em condições de carências extremas.
Essa convivência de situações díspares gera contradições e complexos desafios em relação ao pessoal de nível intermediário da saúde. Dentre estes, menciona-se formar e qualificar larga parcela dessa força de trabalho, formar, pela via do ensino regular, novos quadros para ingresso nesse mercado, assim como identificar e preparar as categorias profissionais emergidas da complexificação do sistema ocupacional do setor, assumidas as diretrizes do Sistema Único de Saúde.
Em uma sociedade como a nossa, estratificada, hierarquizada e de marcantes desigualdades regionais, superar limitações e obstáculos para que se materialize a conquista constitucional de que "a saúde é direito de todos e dever do Estado" implica formar esse pessoal sob um processo fundamentado em uma visão crítica do contexto social e que não desassocie o domínio da técnica da participação e do agir político.
Ainda hoje, no Brasil, o campo da formação profissional é pródigo em iniciativas e intenções, mas carente de mecanismos que estabeleçam e componham uma consistente política educacional e científica para a área. Tradicionalmente, o sistema de ensino possui a característica de proporcionar uma educação geral básica e superior para a classe dirigente e uma educação reduzida, específica e limitada, para as classes subordinadas, reproduzindo urna situação histórica de desigualdade e de exclusão. Conserva-se e preserva-se, de modo tenaz e como princípio, a dicotomia entre a chamada educação geral e específica, entre pensar e fazer, entre parte comum e diversificada, entre o técnico e o político.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

Formação De Pessoal De Nível Médio Para A Saúde: Desafios E Perspectivas

Formar pessoal de nível médio para atuar na área da saúde é algo que se configura especialmente preocupante, se pensadas as especificidades e peculiaridades que caracterizam o trabalho em saúde (preservação da existência humana, luta pela manutenção da vida, convívio e oposição permanentes ao risco da morte).
O fato mais se agrava na medida em que os avanços tecnológicos têm ocorrido de modo cada vez mais acelerado fazendo com que, em países como o nosso, se estabeleça um hiato entre o que se desenvolve de mais moderno em termos de tecnologias aplicadas à saúde e a realidade social e sanitária de grande parcela da população que sobrevive em condições de carências extremas.
Essa convivência de situações díspares gera contradições e complexos desafios em relação ao pessoal de nível intermediário da saúde. Dentre estes, menciona-se formar e qualificar larga parcela dessa força de trabalho, formar, pela via do ensino regular, novos quadros para ingresso nesse mercado, assim como identificar e preparar as categorias profissionais emergidas da complexificação do sistema ocupacional do setor, assumidas as diretrizes do Sistema Único de Saúde.
Em uma sociedade como a nossa, estratificada, hierarquizada e de marcantes desigualdades regionais, superar limitações e obstáculos para que se materialize a conquista constitucional de que “a saúde é direito de todos e dever do Estado” implica formar esse pessoal sob um processo fundamentado em uma visão crítica do contexto social e que não desassocie o domínio da técnica da participação e do agir político.
Ainda hoje, no Brasil, o campo da formação profissional é pródigo em iniciativas e intenções, mas carente de mecanismos que estabeleçam e componham uma consistente política educacional e científica para a área. Tradicionalmente, o sistema de ensino possui a característica de proporcionar uma educação geral básica e superior para a classe dirigente e uma educação reduzida, específica e limitada, para as classes subordinadas, reproduzindo urna situação histórica de desigualdade e de exclusão. Conserva-se e preserva-se, de modo tenaz e como princípio, a dicotomia entre a chamada educação geral e específica, entre pensar e fazer, entre parte comum e diversificada, entre o técnico e o político.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog