
A série “ESTUDOS” é o resultado de um esforço do Núcleo de História Econômica e Demográfica da Universidade de Ouro Preto para publicar resultados de pesquisas nas áreas da História Social.
O presente trabalho é constituído por dois estudos: ‘as minas e os currais’: problemas, metodologia e materiais para o estudo da ocupação do solo e do acesso à propriedade da terra na Capitania de Minas Gerais (1674-1739); e ‘flutuações da economia rural de Minas Gerais (1722-1835).
O primeiro estudo visa a caracterizar a fase inicial da ocupação do solo de Minas Gerais, com base nas cartas de sesmarias concedidas entre 1674 e 1739, e nas escrituras de compra e venda de imóveis rurais registradas no notariado da vila de Mariana, entre 1711 e 17141.
Constitui um instrumento de trabalho — e, nesse sentido, as partes correspondentes às concessões sesmariais e aos registros de escrituras deveriam ser lidas como um mapa — e um primeiro ponto de partida para a escritura da história da estrutura fundiária numa área dominada pela mineração durante um século.
Primeiro ponto de partida, porquanto há um segundo: a relação de concessões sesmariais entre 1739 e 1744. A Ordem Régia de 14 de abril de 1738 determinava aos que se achassem de posse de terras sem títulos, pedissem-nas de sesmaria; caso contrário, ninguém poderia valer-se da posse depois de um ano. Esta Ordem Régia está na origem de um verdadeiro levantamento fundiário da Capitania, a partir de1739.
Por sua vez, as últimas Ordens Régias sobre a matéria (de 28.03.1743, 16.04.1744 e 11.03.1754), cristalizaram todos os procedimentos anteriores, e marcaram uma nova etapa na distribuição das datas. Além disso, a Capitania não seria mais sacudida por nenhuma outra corrida do ouro: Paracatu, em 1744, foi a última grande descoberta mineral.
O segundo estudo trata dos ritmos da produção agrícola e pecuária da maior parte das freguesias de Minas Gerais, entre 1725 e 18302. Em trabalho anterior, estudei as estruturas agrárias da Capitania de Minas Gerais com base na série constituída pelos livros dos dízimos pertencentes à Coleção Casa dos Contos de Ouro Preto.
Ali procurei também esclarecer os aspectos mais importantes relativos a esse tipo de fonte, bem como à metodologia que presidiu à elaboração dos quadros e gráficos.
Nesse sentido, esse artigo quer-se ponto de partida para o necessário estudo das flutuações da economia de Minas ao longo do século XIX, sobre bases mais sólidas.











