Fazeres Em Saúde Coletiva

A graduação em saúde coletiva é recente e o desafio dos novos cursos se expande para além de uma boa formação profissional nesse campo de conhecimentos.

A graduação em saúde coletiva é recente e o desafio dos novos cursos se expande para além de uma boa formação profissional nesse campo de conhecimentos, desenvolvendo capacidades necessárias para o trabalho. Inclui a produção/invenção do próprio campo de trabalho desse profissional.

As novas graduações surgem da única área de conhecimentos da grande área da saúde até então sem uma profissão equivalente; surgem também com o desafio de construir os conceitos do trabalho de um sanitarista da graduação, que não é idêntico ao conjunto de capacidades desenvolvidas pelos diferentes cursos de pós-graduação que são oferecidos em diferentes instituições com conhecimentos e práticas da saúde pública; tampouco de um profissional que apenas transversaliza as demais profissões de saúde ou mesmo da área da saúde.

Uma primeira diferença de um profissional pertencente ao campo da saúde pública está em que o predomínio dos saberes e práticas que a caracterizam, de onde se origina parte importante da produção que atribui o título de sanitarista na pós-graduação, não é coincidente entre as duas áreas.

Lembramo-nos dos esforços teóricos, conceituais e metodológicos de diferentes autores nos anos de 80/90, destacando que não há apenas uma diferença de abrangência entre esses dois campos (a saúde pública e a saúde coletiva); há também uma diferença de cunho epistemológico: “Trata-se de campos não homogêneos, na medida em que se referem a diferentes modalidades de discurso, com fundamentos epistemológicos diversos e com origens históricas particulares”.

A saúde pública, originada com a medicina moderna e, particularmente, com a medicina social no final do século XVIII e com discurso caucionado cientificamente na leitura naturalista da medicina moderna e a saúde coletiva, mais contemporânea, iniciando, desde a década de 1920, com a introdução das ciências humanas na saúde, constituída inicialmente – e justamente - como crítica sistemática do universalismo naturalista do saber da biomedicina.

Da posição inicial, resta a tensão que permanece sendo estabelecida com saberes e práticas do ainda hegemônico paradigma biomédico, vigente nos serviços e sistemas, mas se destaca a ampliação da compreensão da saúde e o desenvolvimento de diferentes tecnologias para organizar as práticas no interior da área, bem como em diferentes pontos da organização social, assim como abordagens teórico-metodológicas para enfrentar os desafios da contemporaneidade.

Ampliou-se e diversificou-se a contribuição dos diferentes campos de conhecimentos das ciências sociais e humanas e novas conexões interdisciplinares foram sendo produzidas, em grande medida como resposta à complexidade das questões que envolvem a cultura, o ambiente, a organização das coletividades e a produção de saúde.

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As novas graduações surgem da única área de conhecimentos da grande área da saúde até então sem uma profissão equivalente; surgem também com o desafio de construir os conceitos do trabalho de um sanitarista da graduação, que não é idêntico ao conjunto de capacidades desenvolvidas pelos diferentes cursos de pós-graduação que são oferecidos em diferentes instituições com conhecimentos e práticas da saúde pública; tampouco de um profissional que apenas transversaliza as demais profissões de saúde ou mesmo da área da saúde.

Uma primeira diferença de um profissional pertencente ao campo da saúde pública está em que o predomínio dos saberes e práticas que a caracterizam, de onde se origina parte importante da produção que atribui o título de sanitarista na pós-graduação, não é coincidente entre as duas áreas.

Lembramo-nos dos esforços teóricos, conceituais e metodológicos de diferentes autores nos anos de 80/90, destacando que não há apenas uma diferença de abrangência entre esses dois campos (a saúde pública e a saúde coletiva); há também uma diferença de cunho epistemológico: “Trata-se de campos não homogêneos, na medida em que se referem a diferentes modalidades de discurso, com fundamentos epistemológicos diversos e com origens históricas particulares”.

A saúde pública, originada com a medicina moderna e, particularmente, com a medicina social no final do século XVIII e com discurso caucionado cientificamente na leitura naturalista da medicina moderna e a saúde coletiva, mais contemporânea, iniciando, desde a década de 1920, com a introdução das ciências humanas na saúde, constituída inicialmente – e justamente – como crítica sistemática do universalismo naturalista do saber da biomedicina.

Da posição inicial, resta a tensão que permanece sendo estabelecida com saberes e práticas do ainda hegemônico paradigma biomédico, vigente nos serviços e sistemas, mas se destaca a ampliação da compreensão da saúde e o desenvolvimento de diferentes tecnologias para organizar as práticas no interior da área, bem como em diferentes pontos da organização social, assim como abordagens teórico-metodológicas para enfrentar os desafios da contemporaneidade.

Ampliou-se e diversificou-se a contribuição dos diferentes campos de conhecimentos das ciências sociais e humanas e novas conexões interdisciplinares foram sendo produzidas, em grande medida como resposta à complexidade das questões que envolvem a cultura, o ambiente, a organização das coletividades e a produção de saúde.

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