Fragmentos De Estórias Amazônidas

Fragmentos De Estórias Amazônidas inscreve-se no campo da cosmologia da palavra – e, por extensão, – nos estudos culturais.

Antes de se falar deste Fragmentos De Estórias Amazônidas: Memória E Performance, há que se dizer umas palavras mirins, bem miúdas mas importantes, sobre Bene Martins, uma professora refinada, radical (no sentido amoroso que Paulo Freire empresta ao termo) e, sobretudo, arrojada quando fez o deslocamento geográfico, inverso a o que se costuma presenciar no Brasil; percurso do extremo Sul ao extremo Norte, uma vez que a maioria vê no Sudeste e no Sul do Brasil o Eretz Yisrael, a terra prometida, de fartura e abundâncias mil. Num país falocêntrico, demarcado de preconceitos (e os episódios políticos que se sucederam ao golpe jurídico-parlamentar-midiático de 2016 só evidenciaram isso), como o racismo, a geograficofobia (desculpem o neologismo), a misoginia e outros tais, investir nesse ‘movimento de contrafluxo’ é, penso eu, uma ousadia de que a educação brasileira necessita.

E como apontam diversos teóricos (dentre eles Adélia Bezerra de Menezes, aqui citada) que estudam as personagens da literatura, a astúcia é uma ação feminina por excelência, ato deliberado, e basta para isto lembrarmos Penélope, Scheherazade e Lilith, exemplos- padrão de singularidade que a nós, homens, só nos resta ad-MIRAR as artimanhas daí advindas.

Arrisco-me a afirmar que este Fragmentos De Estórias Amazônidas: Memória E Performance inscreve-se no campo da cosmologia da palavra – e, por extensão, – nos estudos culturais, que têm na narrativa (aqui significante empregado com o atenuante popular ‘estória’), o desvendamento de parte dos códigos simbólicos da cultura amazônica.

Através dos estudos de Bene Martins, ainda resultantes de sua pesquisa no mestrado em Letras, anos 90 do século passado, nos sentimos enlaçados e entrançados por uma cosmonarrativa, que é ponto chave de leitura da(s) mundividência(s) amazônica(s); e o ‘s’ demarcador do plural aqui não é empregado gratuitamente, uma vez que a estudiosa da Universidade Federal do Pará, leitora eficiente, observa a multiplicidade de haveres e saberes da região Norte do Brasil, e investe no uso do plural substitutivo, cambiando ‘Amazônia’ por ‘Amazônias’.

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E como apontam diversos teóricos (dentre eles Adélia Bezerra de Menezes, aqui citada) que estudam as personagens da literatura, a astúcia é uma ação feminina por excelência, ato deliberado, e basta para isto lembrarmos Penélope, Scheherazade e Lilith, exemplos- padrão de singularidade que a nós, homens, só nos resta ad-MIRAR as artimanhas daí advindas.

Arrisco-me a afirmar que este Fragmentos De Estórias Amazônidas: Memória E Performance inscreve-se no campo da cosmologia da palavra – e, por extensão, – nos estudos culturais, que têm na narrativa (aqui significante empregado com o atenuante popular ‘estória’), o desvendamento de parte dos códigos simbólicos da cultura amazônica.

Através dos estudos de Bene Martins, ainda resultantes de sua pesquisa no mestrado em Letras, anos 90 do século passado, nos sentimos enlaçados e entrançados por uma cosmonarrativa, que é ponto chave de leitura da(s) mundividência(s) amazônica(s); e o ‘s’ demarcador do plural aqui não é empregado gratuitamente, uma vez que a estudiosa da Universidade Federal do Pará, leitora eficiente, observa a multiplicidade de haveres e saberes da região Norte do Brasil, e investe no uso do plural substitutivo, cambiando ‘Amazônia’ por ‘Amazônias’.

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