Sobre O Tempo

Norbert Elias - Sobre O Tempo

Nessa obra que aproxima a sociologia da filosofia, Norbert Elias sustenta que o tempo não existe em si mesmo - ao contrário do que afirmavam Kant ou Newton -, sendo antes de tudo um símbolo social, resultado de um longo processo de aprendizagem.

Ao examinarmos os problemas relativos ao tempo, aprendemos sobre os homens e sobre nós mesmos muitas coisas que antes não discerníamos com clareza. Problemas que dizem respeito à sociologia e, em termos mais gerais, às ciências humanas, que as teorias dominantes não permitiam apreender, tornam-se acessíveis.

Os físicos às vezes dizem medir o tempo. Servem-se de fórmulas matemáticas nas quais o tempo desempenha o papel de um quantum específico.

Mas o tempo não se deixa ver, tocar, ouvir, saborear nem respirar como um odor. Há uma pergunta que continua à espera de resposta: como medir uma coisa que não se pode perceber pelos sentidos? Uma "hora" é algo de invisível.

Os relógios não medem o tempo? Se eles permitem medir alguma coisa, não é o tempo invisível, mas algo perfeitamente passível de ser captado, como a duração de um dia de trabalho ou de um eclipse lunar, ou a velocidade de um corredor na prova dos cem metros.

Os relógios são processos físicos que a sociedade padronizou, decompondo-os em sequências-modelo de recorrência regular, como as horas ou os minutos. Essas sequências podem ser idênticas em toda a extensão de um país, ou até de vários, quando a evolução da sociedade o exige e o autoriza.

Os relógios, assim, permitem comparar a velocidade de aviões que sobrevoam regiões muito diferentes, mas que percorrem a mesma distância. Graças a eles, é possível comparar a duração ou a velocidade de processos que se desenrolam sucessivamente e que, por isso mesmo, não podem ser diretamente comparados — como a duração de dois discursos, proferidos um após o outro.

Quando necessário, os homens utilizam um processo socialmente padronizado para comparar, por via indireta, processos que não podem ser diretamente cotejados.

Com que finalidade agem dessa maneira, e em qual etapa do desenvolvimento elaboram uma conceituação unificadora do tempo que implique um alto nível de síntese?

Como chegaram os homens, dispondo inicialmente de meios de orientação conceituais situados num nível de síntese relativamente baixo, a meios de orientação que exigem um nível de síntese mais elevado?

 

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Norbert Elias – Sobre O Tempo

Nessa obra que aproxima a sociologia da filosofia, Norbert Elias sustenta que o tempo não existe em si mesmo – ao contrário do que afirmavam Kant ou Newton -, sendo antes de tudo um símbolo social, resultado de um longo processo de aprendizagem.

Ao examinarmos os problemas relativos ao tempo, aprendemos sobre os homens e sobre nós mesmos muitas coisas que antes não discerníamos com clareza. Problemas que dizem respeito à sociologia e, em termos mais gerais, às ciências humanas, que as teorias dominantes não permitiam apreender, tornam-se acessíveis.

Os físicos às vezes dizem medir o tempo. Servem-se de fórmulas matemáticas nas quais o tempo desempenha o papel de um quantum específico.

Mas o tempo não se deixa ver, tocar, ouvir, saborear nem respirar como um odor. Há uma pergunta que continua à espera de resposta: como medir uma coisa que não se pode perceber pelos sentidos? Uma “hora” é algo de invisível.

Os relógios não medem o tempo? Se eles permitem medir alguma coisa, não é o tempo invisível, mas algo perfeitamente passível de ser captado, como a duração de um dia de trabalho ou de um eclipse lunar, ou a velocidade de um corredor na prova dos cem metros.

Os relógios são processos físicos que a sociedade padronizou, decompondo-os em sequências-modelo de recorrência regular, como as horas ou os minutos. Essas sequências podem ser idênticas em toda a extensão de um país, ou até de vários, quando a evolução da sociedade o exige e o autoriza.

Os relógios, assim, permitem comparar a velocidade de aviões que sobrevoam regiões muito diferentes, mas que percorrem a mesma distância. Graças a eles, é possível comparar a duração ou a velocidade de processos que se desenrolam sucessivamente e que, por isso mesmo, não podem ser diretamente comparados — como a duração de dois discursos, proferidos um após o outro.

Quando necessário, os homens utilizam um processo socialmente padronizado para comparar, por via indireta, processos que não podem ser diretamente cotejados.

Com que finalidade agem dessa maneira, e em qual etapa do desenvolvimento elaboram uma conceituação unificadora do tempo que implique um alto nível de síntese?

Como chegaram os homens, dispondo inicialmente de meios de orientação conceituais situados num nível de síntese relativamente baixo, a meios de orientação que exigem um nível de síntese mais elevado?

 

https://livrandante.com.br/contribuicao/caneca-menino-contador-de-historias-borda-alca-colorida/

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