A Vida Louca Dos Revolucionários

A Vida Louca dos Revolucionários - Demétrio Magnoli faz um recorte no tema contando as histórias de homens e mulheres que viveram da forma mais radical o que entendiam como ruptura com o passado e a tradição.
A Revolução, assim com maiúscula, é uma obsessão do século XX, com raízes fincadas na França de 1789. Mudar radicalmente a sociedade, o mundo, a vida, engendrando um tempo em tudo diferente do presente – eis a ideia revolucionária.


Revolução nem sempre foi isso. Na origem, a palavra era utilizada para descrever o movimento orbital dos astros. Ela significava, então, um percurso fechado: o eterno retorno ao ponto de partida. A nova acepção revolucionou a palavra “revolução”, virando-a do avesso de modo a descrever uma fuga veloz para frente. Na base da reinvenção, encontra-se uma consciência da história como marcha rumo ao futuro: a seta, no lugar do ciclo.
Revolução é ruptura. Refletindo sobre a modernidade, Octavio Paz definiu ruptura como negação da tradição, isto é, “destruição do vínculo que nos une ao passado”, mas chamou a atenção para a emergência de uma “tradição da ruptura”: a “repetição do ato através de gerações de iconoclastas” que renegam o passado e interrompem a continuidade. A nossa era histórica está marcada precisamente pela obsessão moderna com a ruptura, que forma uma curiosa tradição. O culto ao novo é seu traço mais fundamental: desde que caiu a Bastilha, o “antigo” converteu-se em sinônimo de anacrônico ou ultrapassado.
“Antigo Regime” – eis o nome do inimigo dos revolucionários. Mas “Antigo Regime” significa coisas diversas para famílias diferentes de revolucionários. Os comunistas falam da exploração de classe; os nacionalistas, do domínio exercido por estrangeiros sobre a nação; os fascistas, das influências deletérias do liberalismo cosmopolita; os terceiro-mundistas, da opressão imperial europeia ou americana; os pan-africanistas, do colonialismo e da subordinação racial; os jihadistas, da cruzada dos infiéis. Todos eles divergem entre si em quase tudo. Não concordam sobre o que é a Bastilha que precisa ser derrubada nem, muito menos, sobre a natureza do “Novo Regime” que enxergam do outro lado do arco-íris. Mas todos estão de acordo sobre a necessidade de uma ruptura radical: as ideias de evolução, adaptação e reforma não fazem parte do universo mental dos revolucionários.
Os doze personagens desse livro situam-se fora do círculo mais conhecido de vultos revolucionários. Existe muita coisa escrita sobre Marx, Lenin, Trotsky, Zapata, Mao, Mussolini, Hitler, Fidel, Che... Por outro lado, incontáveis figuras interessantes permanecem relativamente desconhecidas – ou, em certos casos, lembradas apenas por sua participação em algum episódio de forte impacto histórico. Mas a trajetória de cada uma delas propicia vislumbres esclarecedores sobre as aventuras e desventuras das utopias revolucionárias no século XX.

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A Vida Louca Dos Revolucionários

A Vida Louca dos Revolucionários – Demétrio Magnoli faz um recorte no tema contando as histórias de homens e mulheres que viveram da forma mais radical o que entendiam como ruptura com o passado e a tradição.
A Revolução, assim com maiúscula, é uma obsessão do século XX, com raízes fincadas na França de 1789. Mudar radicalmente a sociedade, o mundo, a vida, engendrando um tempo em tudo diferente do presente – eis a ideia revolucionária.
Revolução nem sempre foi isso. Na origem, a palavra era utilizada para descrever o movimento orbital dos astros. Ela significava, então, um percurso fechado: o eterno retorno ao ponto de partida. A nova acepção revolucionou a palavra “revolução”, virando-a do avesso de modo a descrever uma fuga veloz para frente. Na base da reinvenção, encontra-se uma consciência da história como marcha rumo ao futuro: a seta, no lugar do ciclo.
Revolução é ruptura. Refletindo sobre a modernidade, Octavio Paz definiu ruptura como negação da tradição, isto é, “destruição do vínculo que nos une ao passado”, mas chamou a atenção para a emergência de uma “tradição da ruptura”: a “repetição do ato através de gerações de iconoclastas” que renegam o passado e interrompem a continuidade. A nossa era histórica está marcada precisamente pela obsessão moderna com a ruptura, que forma uma curiosa tradição. O culto ao novo é seu traço mais fundamental: desde que caiu a Bastilha, o “antigo” converteu-se em sinônimo de anacrônico ou ultrapassado.
“Antigo Regime” – eis o nome do inimigo dos revolucionários. Mas “Antigo Regime” significa coisas diversas para famílias diferentes de revolucionários. Os comunistas falam da exploração de classe; os nacionalistas, do domínio exercido por estrangeiros sobre a nação; os fascistas, das influências deletérias do liberalismo cosmopolita; os terceiro-mundistas, da opressão imperial europeia ou americana; os pan-africanistas, do colonialismo e da subordinação racial; os jihadistas, da cruzada dos infiéis. Todos eles divergem entre si em quase tudo. Não concordam sobre o que é a Bastilha que precisa ser derrubada nem, muito menos, sobre a natureza do “Novo Regime” que enxergam do outro lado do arco-íris. Mas todos estão de acordo sobre a necessidade de uma ruptura radical: as ideias de evolução, adaptação e reforma não fazem parte do universo mental dos revolucionários.
Os doze personagens desse livro situam-se fora do círculo mais conhecido de vultos revolucionários. Existe muita coisa escrita sobre Marx, Lenin, Trotsky, Zapata, Mao, Mussolini, Hitler, Fidel, Che… Por outro lado, incontáveis figuras interessantes permanecem relativamente desconhecidas – ou, em certos casos, lembradas apenas por sua participação em algum episódio de forte impacto histórico. Mas a trajetória de cada uma delas propicia vislumbres esclarecedores sobre as aventuras e desventuras das utopias revolucionárias no século XX.

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