50 Crônicas Escolhidas

50 Crônicas Escolhidas - Rubem Braga manteve fidelidade à crônica do final dos anos 1920 até 1990, ano de sua morte. Foi repórter policial, repórter de guerra na Itália, trabalhou para televisão, e sobretudo foi cronista diário, um poeta “espião da vida”. E assim seu nome virou legenda. Tinha o gosto da poesia e chegou a compor bons sonetos. Mas sua conquista da poesia foi por outros caminhos.
Teve origem na atividade jornalística, lá onde os fatos comuns eventualmente a revelam ou, na falta de bom minerador, sepultam-na para sempre.

Como Drummond, Rubem mantinha certo temperamento retilíneo, de sóbrio minerador de palavras, a ruminar matéria de roça e cidade sob a teia de insuspeitados sentidos e sonoridades. O jornal servia apenas de veículo: as palavras do cronista desenham a paisagem, e nela encontramos todos os inventos terrestres e humores humanos.
A vida que se vive em casa ou nas ruas, aquela que nenhum repórter noticia, retratos do dia a dia bem melhores do que supõe nossa bonomia (“Os jornais”). E sua profissão de fé na literatura (“A minha glória literária”) é peça perfeita e exemplar, humor tingido de graça e ironia, modelo narrativo tipicamente braguiano à espera de estudioso a sua altura.
Consta que Rubem publicou aproximadamente 15 mil crônicas. E acredito que é dele a notícia de que nunca escreveu nada que não fosse para ver publicado no dia seguinte, em jornal ou revista. Estas 50 Crônicas Escolhidas são, portanto, um convite a este vasto mundo, tão nosso e ainda tão pouco estudado e lido na medida de sua importância – a literatura, como tantas coisas mais, é tecida de pequenas injustiças, negligências, esquecimentos, fraudes.
Rubem, que conhecia as areias do mundo e pressentia o circuito dos ventos antes mesmo de apontarem no horizonte, não costumava dar maior atenção às supostas glórias literárias. Nem por isso deixou certa vez de provocar Otto Maria Carpeaux, que o teria expulsado da literatura brasileira, ou melhor, nem o teria deixado entrar. Não há de fato qualquer referência à obra de Rubem em matérias ou livros publicados pelo crítico sobre literatura brasileira.
Aqui, temos 50 crônicas escolhidas como suma das ideias políticas e poéticas do autor e igualmente como livro de memórias, em que preponderam as memórias da meninice, na estrada real dos clássicos do gênero – o Graciliano Ramos de Infância, o Thiers Martins Moreira de O menino e o palacete, o Augusto Meyer de Segredos da infância, o Pedro Nava de Balão cativo, o Alberto da Costa e Silva de Espelho do príncipe.

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50 Crônicas Escolhidas – Rubem Braga manteve fidelidade à crônica do final dos anos 1920 até 1990, ano de sua morte. Foi repórter policial, repórter de guerra na Itália, trabalhou para televisão, e sobretudo foi cronista diário, um poeta “espião da vida”. E assim seu nome virou legenda. Tinha o gosto da poesia e chegou a compor bons sonetos. Mas sua conquista da poesia foi por outros caminhos.
Teve origem na atividade jornalística, lá onde os fatos comuns eventualmente a revelam ou, na falta de bom minerador, sepultam-na para sempre. Como Drummond, Rubem mantinha certo temperamento retilíneo, de sóbrio minerador de palavras, a ruminar matéria de roça e cidade sob a teia de insuspeitados sentidos e sonoridades. O jornal servia apenas de veículo: as palavras do cronista desenham a paisagem, e nela encontramos todos os inventos terrestres e humores humanos.
A vida que se vive em casa ou nas ruas, aquela que nenhum repórter noticia, retratos do dia a dia bem melhores do que supõe nossa bonomia (“Os jornais”). E sua profissão de fé na literatura (“A minha glória literária”) é peça perfeita e exemplar, humor tingido de graça e ironia, modelo narrativo tipicamente braguiano à espera de estudioso a sua altura.
Consta que Rubem publicou aproximadamente 15 mil crônicas. E acredito que é dele a notícia de que nunca escreveu nada que não fosse para ver publicado no dia seguinte, em jornal ou revista. Estas 50 Crônicas Escolhidas são, portanto, um convite a este vasto mundo, tão nosso e ainda tão pouco estudado e lido na medida de sua importância – a literatura, como tantas coisas mais, é tecida de pequenas injustiças, negligências, esquecimentos, fraudes.
Rubem, que conhecia as areias do mundo e pressentia o circuito dos ventos antes mesmo de apontarem no horizonte, não costumava dar maior atenção às supostas glórias literárias. Nem por isso deixou certa vez de provocar Otto Maria Carpeaux, que o teria expulsado da literatura brasileira, ou melhor, nem o teria deixado entrar. Não há de fato qualquer referência à obra de Rubem em matérias ou livros publicados pelo crítico sobre literatura brasileira.
Aqui, temos 50 crônicas escolhidas como suma das ideias políticas e poéticas do autor e igualmente como livro de memórias, em que preponderam as memórias da meninice, na estrada real dos clássicos do gênero – o Graciliano Ramos de Infância, o Thiers Martins Moreira de O menino e o palacete, o Augusto Meyer de Segredos da infância, o Pedro Nava de Balão cativo, o Alberto da Costa e Silva de Espelho do príncipe.

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