Qual Prevenção?

A partir da temática da proteção, Simone Monteiro relativiza o enfoque epidemiológico de risco, mostrando o modo como os jovens da comunidade de Vigário Geral encaram a sexualidade e suas implicações. Desconstruindo a ideia recorrente no imaginário social de que a questão da prevenção é amplamente difundida na sociedade brasileira

, a autora nos apresenta reflexões, com base em depoimentos decorrentes de uma pesquisa aprofundada, que permitem um questionamento crítico sobre o verdadeiro alcance das políticas preventivas em saúde.
Com uma visão crítica sobre as teorias psicológicas e sociais que dominaram os programas preventivos na primeira década da epidemia de Aids, a autora problematiza a prioridade que aquelas abordagens deram aos processos cognitivos de mudança de comportamento, à decisão individual e ao controle das ações pelo sujeito, estabelecendo uma relação direta entre o conhecimento e a prática, diante da percepção de comportamentos que ameaçam a saúde.
A partir da temática da proteção, a autora relativiza o enfoque epidemiológico de risco e discute a coexistência de universos culturais contrastantes e hierarquizados nas sociedades modernas. Essa abordagem pressupõe alguns desafios.
O primeiro deles é superar as artimanhas tentadoras do dogmatismo e do reducionismo. Assim, Simone Monteiro rompe as barreiras disciplinares, revê sua formação profissional e estabelece acordos teóricos indispensáveis para a produção de conhecimento. Em essência, este trabalho assinala a especificidade de ter de pensar o agir humano.
Com clareza, ela aponta as inúmeras lacunas que continuam existindo nas formulações teóricas que buscam articular os diversos sistemas culturais e as práticas cotidianas individuais. Retomando a produção teórica desse campo, no que se refere às representações e práticas de proteção, dialoga com Foucault, Bourdieu, Gagnon, Giddens e vários outros.
O segundo desafio é a audácia de ir a campo. A sua imersão no real nos obriga a rever várias pré-concepções e, mais que tudo, apresenta-nos, desses adolescentes, significados não pensados, apontando para equívocos nos programas de educação para saúde.
Aí parece ser a maior contribuição de Simone: como pensar a promoção da saúde, fora da categoria risco, com a proteção a partir das trajetórias biográficas do grupo em estudo.

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A partir da temática da proteção, Simone Monteiro relativiza o enfoque epidemiológico de risco, mostrando o modo como os jovens da comunidade de Vigário Geral encaram a sexualidade e suas implicações. Desconstruindo a ideia recorrente no imaginário social de que a questão da prevenção é amplamente difundida na sociedade brasileira, a autora nos apresenta reflexões, com base em depoimentos decorrentes de uma pesquisa aprofundada, que permitem um questionamento crítico sobre o verdadeiro alcance das políticas preventivas em saúde.
Com uma visão crítica sobre as teorias psicológicas e sociais que dominaram os programas preventivos na primeira década da epidemia de Aids, a autora problematiza a prioridade que aquelas abordagens deram aos processos cognitivos de mudança de comportamento, à decisão individual e ao controle das ações pelo sujeito, estabelecendo uma relação direta entre o conhecimento e a prática, diante da percepção de comportamentos que ameaçam a saúde.
A partir da temática da proteção, a autora relativiza o enfoque epidemiológico de risco e discute a coexistência de universos culturais contrastantes e hierarquizados nas sociedades modernas. Essa abordagem pressupõe alguns desafios.
O primeiro deles é superar as artimanhas tentadoras do dogmatismo e do reducionismo. Assim, Simone Monteiro rompe as barreiras disciplinares, revê sua formação profissional e estabelece acordos teóricos indispensáveis para a produção de conhecimento. Em essência, este trabalho assinala a especificidade de ter de pensar o agir humano.
Com clareza, ela aponta as inúmeras lacunas que continuam existindo nas formulações teóricas que buscam articular os diversos sistemas culturais e as práticas cotidianas individuais. Retomando a produção teórica desse campo, no que se refere às representações e práticas de proteção, dialoga com Foucault, Bourdieu, Gagnon, Giddens e vários outros.
O segundo desafio é a audácia de ir a campo. A sua imersão no real nos obriga a rever várias pré-concepções e, mais que tudo, apresenta-nos, desses adolescentes, significados não pensados, apontando para equívocos nos programas de educação para saúde.
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