Lotte Em Weimar

Thomas Mann, um dos escritores mais importantes do século, pela extensão e profundidade de sua obra, nasceu em Lübeck, na Alemanha, num domingo, 6 de junho de 1875. Desde Os Buddenbrook, seu primeiro romance, escrito aos 26 anos, adquiriu consagração mundial.

A ele seguiram-se títulos como Tonio Kroger, Morte em Veneza e A montanha mágica.
Lotte em Weimar, segundo opinião unânime da crítica, é um de seus textos mais perfeitos, belos e representativos. Constitui, na produção de Thomas Mann, uma espécie de intervalo, já que foi criado entre o terceiro e o quarto romances do ciclo bíblico de José e seus irmãos. A ideia de fazê-lo, no entanto, já era antiga, pois Mann sempre nutriu por Goethe uma admiração sem limites, tendo-lhe dedicado diversos ensaios.
Esse romance gira em torno de Charlotte, a heroína do Werther de Goethe. A ação tem início numa manhã em fins de setembro de 1816, na qual Charlotte, já sexagenária, viúva, acompanhada de uma filha, chega à corte de Weimar com o propósito de se entrevistar com o poeta que desapareceu de seu convívio tantos anos antes, a fim de tecer com a matéria dos seus amores uma novela que os tornaria famosos. Por suas páginas desfilam os principais acontecimentos da época, vistos pelo Goethe ministro de Estado. A personalidade do poeta é analisada por vários de seus íntimos, como o filho e o camareiro Mager. E seu retrato mais interessante é oferecido pelo secretário Riemer. Filólogo especializado em estudos clássicos, morando há 13 anos em Weimar, ele se considera mais uma vítima de Goethe, já que renunciou a uma carreira de professor em Rostock para prosperar à sombra do poeta, e só encontrou indiferença na casa dele.
O momento central do romance é o sétimo capítulo, onde se encontra o monólogo interior de Goethe. Klaus Mann recordou numa página evocativa o deslumbramento dos familiares em Princeton, nos Estados Unidos, quando Thomas Mann os reuniu e leu o monólogo. Todos se sentiram transportados, como se tivessem na frente o próprio Goethe, tal a intensidade de seu pensamento e a fidelidade de Mann à postura humana e intelectual do autor de Fausto.
Com tudo isso Lotte em Weimar não é um romance biográfico. Thomas Mann recriou um momento privilegiado da vida de um indivíduo extraordinário. Publicado em Estocolmo em dezembro de 1939, Lotte em Weimar é uma acurada reflexão sobre o humanismo num impasse crucial da história contemporânea.

       

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Thomas Mann, um dos escritores mais importantes do século, pela extensão e profundidade de sua obra, nasceu em Lübeck, na Alemanha, num domingo, 6 de junho de 1875. Desde Os Buddenbrook, seu primeiro romance, escrito aos 26 anos, adquiriu consagração mundial. A ele seguiram-se títulos como Tonio Kroger, Morte em Veneza e A montanha mágica.
Lotte em Weimar, segundo opinião unânime da crítica, é um de seus textos mais perfeitos, belos e representativos. Constitui, na produção de Thomas Mann, uma espécie de intervalo, já que foi criado entre o terceiro e o quarto romances do ciclo bíblico de José e seus irmãos. A ideia de fazê-lo, no entanto, já era antiga, pois Mann sempre nutriu por Goethe uma admiração sem limites, tendo-lhe dedicado diversos ensaios.
Esse romance gira em torno de Charlotte, a heroína do Werther de Goethe. A ação tem início numa manhã em fins de setembro de 1816, na qual Charlotte, já sexagenária, viúva, acompanhada de uma filha, chega à corte de Weimar com o propósito de se entrevistar com o poeta que desapareceu de seu convívio tantos anos antes, a fim de tecer com a matéria dos seus amores uma novela que os tornaria famosos. Por suas páginas desfilam os principais acontecimentos da época, vistos pelo Goethe ministro de Estado. A personalidade do poeta é analisada por vários de seus íntimos, como o filho e o camareiro Mager. E seu retrato mais interessante é oferecido pelo secretário Riemer. Filólogo especializado em estudos clássicos, morando há 13 anos em Weimar, ele se considera mais uma vítima de Goethe, já que renunciou a uma carreira de professor em Rostock para prosperar à sombra do poeta, e só encontrou indiferença na casa dele.
O momento central do romance é o sétimo capítulo, onde se encontra o monólogo interior de Goethe. Klaus Mann recordou numa página evocativa o deslumbramento dos familiares em Princeton, nos Estados Unidos, quando Thomas Mann os reuniu e leu o monólogo. Todos se sentiram transportados, como se tivessem na frente o próprio Goethe, tal a intensidade de seu pensamento e a fidelidade de Mann à postura humana e intelectual do autor de Fausto.
Com tudo isso Lotte em Weimar não é um romance biográfico. Thomas Mann recriou um momento privilegiado da vida de um indivíduo extraordinário. Publicado em Estocolmo em dezembro de 1939, Lotte em Weimar é uma acurada reflexão sobre o humanismo num impasse crucial da história contemporânea.

       

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