Mobilização Das Mulheres Em Enunciados De Jornais Brasileiros (1979-1988)

Este livro, resultado da dissertação de mestrado em Ciências Sociais defendida em dezembro de 2007 no Centro de Pesquisa e Pós-Graduação sobre as Américas (CEPPAC) na Universidade de Brasília, pretende fazer uma reflexão sobre a mobilização das mulheres brasileiras entre a virada da década de 70 e a promulgação da Constituição de 1988,

quando a sociedade se organizava contra o regime militar, instaurando um amplo espaço de crítica social, que denunciava os abusos e as torturas cometidos pelo regime, mas a eles não se limitava. Esse extenso espaço de crítica proporcionou às mulheres a oportunidade de levarem para a esfera pública questões relativas às desigualdades de gênero e ao lugar que ocupavam na sociedade. A mobilização que aqui examino refere-se, então, à emergência e crescimento dos movimentos de mulheres a partir de duas indagações centrais: Mudou e como a atuação pública das mulheres no período estudado? Em que medida suas organizações se ajustam aos moldes dos novos movimentos sociais?
Mobilizações femininas similares são constatadas por Alvarez em toda América Latina, ao destacar que as latino-americanas que se depararam e foram influenciadas pelo movimento feminista do final dos anos 70, participavam das lutas contra as ditaduras nos movimentos guerrilheiros, nas organizações políticas, no movimento estudantil e nos partidos políticos. Já os anos 80, conforme a autora foram marcados pela brutal opressão estatal e um empobrecimento crescente, o que fez com que esses mal-estares abrissem novos desafios e oportunidades para o desenvolvimento de um movimento feminista latino-americano com bases mais amplas. Isto é, o movimento feminista se firma na medida em que milhares de mulheres começam a se mobilizar politicamente em resposta a crises econômicas, à repressão política e a violações dos direitos humanos.
No Brasil, Suárez também destaca que, na metade da década de 70 e início da década de 80, o regime militar perde forças, ao mesmo tempo em que emergem diversos grupos sociais unidos na busca de alternativas ao regime: movimentos estudantis, de igreja, de bairros, pela moradia, dos sem-terra, contra a carestia, pelos direitos humanos, em defesa da mulher, dos negros, dos homossexuais, etc. Mesmo apresentando suas especificidades, tais movimentos encontram um lugar comum: a construção da democracia no país, de onde partem para o questionamento da sua própria condição de vida e para elaborarem propostas reivindicativas de caráter específico.

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Mobilizações femininas similares são constatadas por Alvarez em toda América Latina, ao destacar que as latino-americanas que se depararam e foram influenciadas pelo movimento feminista do final dos anos 70, participavam das lutas contra as ditaduras nos movimentos guerrilheiros, nas organizações políticas, no movimento estudantil e nos partidos políticos. Já os anos 80, conforme a autora foram marcados pela brutal opressão estatal e um empobrecimento crescente, o que fez com que esses mal-estares abrissem novos desafios e oportunidades para o desenvolvimento de um movimento feminista latino-americano com bases mais amplas. Isto é, o movimento feminista se firma na medida em que milhares de mulheres começam a se mobilizar politicamente em resposta a crises econômicas, à repressão política e a violações dos direitos humanos.
No Brasil, Suárez também destaca que, na metade da década de 70 e início da década de 80, o regime militar perde forças, ao mesmo tempo em que emergem diversos grupos sociais unidos na busca de alternativas ao regime: movimentos estudantis, de igreja, de bairros, pela moradia, dos sem-terra, contra a carestia, pelos direitos humanos, em defesa da mulher, dos negros, dos homossexuais, etc. Mesmo apresentando suas especificidades, tais movimentos encontram um lugar comum: a construção da democracia no país, de onde partem para o questionamento da sua própria condição de vida e para elaborarem propostas reivindicativas de caráter específico.

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