Ensaios Sobre Fenomenologia

Dentre as correntes mais influentes da filosofia do século XX, a fenomenologia  aparece como uma das mais importantes. Inúmeros filósofos se valeram do método fenomenológico como fundamento para pensar e elaborar suas filosofias.

Assim, a partir da leitura e interpretação do método fenomenológico formulado por Husserl, autores como Max Scheler, Heidegger, Sartre, Merleau-Ponty, Lévinas e outros desenvolveram suas filosofias à luz desse "método de investigação", como diz Heidegger em Ser e tempo. Ou seja, "a expressão 'fenomenologia' significa, antes de tudo, um conceito de método". Mas, o que é fenomenologia? O próprio Merleau-Ponty, um dos mais fiéis ao pensamento husserliano, afirmou, em 1945, a necessidade de se precisar esta questão:
Pode parecer estranho que ainda se precise colocar essa questão meio século depois dos primeiros trabalhos de Husserl. Todavia, ela está longe de estar resolvida. A fenomenologia é o estudo das essências, e todos os problemas, segundo ela, resumem-se em definir essências: a essência da percepção, a essência da consciência, por exemplo. Mas a fenomenologia é também uma filosofia que repõe as essências na existência, e não pensa que se possa compreender o homem e o mundo de outra maneira senão a partir de sua 'facticidade'. É uma filosofia transcendental que coloca em suspenso, para compreendê-las, as afirmações da atitude natural, mas é também uma filosofia para a qual o mundo já está sempre 'ali', antes da reflexão, como uma presença inalienável, e cujo esforço todo consiste em reencontrar este contato ingênuo com o mundo, para dar-lhe enfim um estatuto filosófico. É a ambição de uma filosofia que seja uma 'ciência exata', mas é também um relato do espaço, do tempo, do mundo 'vividos'. É a tentativa de uma descrição direta de nossa experiência tal como ela é, e sem nenhuma deferência à sua gênese psicológica e às explicações causais que o cientista, o historiador ou o sociólogo dela possam fornecer, e todavia Husserl, em seus últimos trabalhos, menciona uma 'fenomenologia genética'  e mesmo uma 'fenomenologia construtiva'.
Designa-se fenomenologia um amplo movimento científico e espiritual, extraordinariamente variado e ramificado, ainda hoje vivo, remetendo sempre a Edmund Husserl. Em sua etimologia, o termo significa  estudo dos fenômenos, daquilo que aparece à consciência, daquilo  que é dado1 . A fenomenologia pretende ser "ciência das essências" e não de dados de fato. A fenomenologia,  a partir do seu aparecimento, tomou rumos diferentes, mas enquanto movimento filosófico, ela começa com Edmund Husserl que, dando um novo sentido ao termo, já utilizado por Kant e Hegel, formula o método fenomenológico, criando um movimento que influenciou grande parte da filosofia no século XX.

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Dentre as correntes mais influentes da filosofia do século XX, a fenomenologia  aparece como uma das mais importantes. Inúmeros filósofos se valeram do método fenomenológico como fundamento para pensar e elaborar suas filosofias. Assim, a partir da leitura e interpretação do método fenomenológico formulado por Husserl, autores como Max Scheler, Heidegger, Sartre, Merleau-Ponty, Lévinas e outros desenvolveram suas filosofias à luz desse “método de investigação”, como diz Heidegger em Ser e tempo. Ou seja, “a expressão ‘fenomenologia’ significa, antes de tudo, um conceito de método”. Mas, o que é fenomenologia? O próprio Merleau-Ponty, um dos mais fiéis ao pensamento husserliano, afirmou, em 1945, a necessidade de se precisar esta questão:
Pode parecer estranho que ainda se precise colocar essa questão meio século depois dos primeiros trabalhos de Husserl. Todavia, ela está longe de estar resolvida. A fenomenologia é o estudo das essências, e todos os problemas, segundo ela, resumem-se em definir essências: a essência da percepção, a essência da consciência, por exemplo. Mas a fenomenologia é também uma filosofia que repõe as essências na existência, e não pensa que se possa compreender o homem e o mundo de outra maneira senão a partir de sua ‘facticidade’. É uma filosofia transcendental que coloca em suspenso, para compreendê-las, as afirmações da atitude natural, mas é também uma filosofia para a qual o mundo já está sempre ‘ali’, antes da reflexão, como uma presença inalienável, e cujo esforço todo consiste em reencontrar este contato ingênuo com o mundo, para dar-lhe enfim um estatuto filosófico. É a ambição de uma filosofia que seja uma ‘ciência exata’, mas é também um relato do espaço, do tempo, do mundo ‘vividos’. É a tentativa de uma descrição direta de nossa experiência tal como ela é, e sem nenhuma deferência à sua gênese psicológica e às explicações causais que o cientista, o historiador ou o sociólogo dela possam fornecer, e todavia Husserl, em seus últimos trabalhos, menciona uma ‘fenomenologia genética’  e mesmo uma ‘fenomenologia construtiva’.
Designa-se fenomenologia um amplo movimento científico e espiritual, extraordinariamente variado e ramificado, ainda hoje vivo, remetendo sempre a Edmund Husserl. Em sua etimologia, o termo significa  estudo dos fenômenos, daquilo que aparece à consciência, daquilo  que é dado1 . A fenomenologia pretende ser “ciência das essências” e não de dados de fato. A fenomenologia,  a partir do seu aparecimento, tomou rumos diferentes, mas enquanto movimento filosófico, ela começa com Edmund Husserl que, dando um novo sentido ao termo, já utilizado por Kant e Hegel, formula o método fenomenológico, criando um movimento que influenciou grande parte da filosofia no século XX.

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