Nobres & Anjos: Um Estudo De Tóxicos E Hierarquia

Nobres e Anjos tem como um de seus objetivos principais o mapeamento dos estilos de vida e visões de mundo de dois grupos das camadas médias cariocas da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. Primeiro, os vanguardistas-aristocratas, que pertencem ao que o autor denominou de "roda intelectual-artístico-boêmia".

Segundo, um grupo de jovens surfistas, cujo ponto de referência era uma lanchonete em Ipanema, mas com origem social estruturalmente semelhante à do outro - burguesia empresarial e profissionais liberais com projeto de ascensão social -, os "nobres" e os "anjos", respectivamente.
Os "tóxicos" funcionam nesse contexto mais como porta de entrada para esses estilos de vida e visões de mundo do que como tema central. Sua importância é conjuntural, ou seja, funcionam basicamente como demarcador de fronteiras e de hierarquias em determinadas situações, não se constituindo em elemento central na construção da identidade dos dois grupos.
O livro divide-se em seis capítulos, nenhum exclusivamente teórico. Etnografia e teoria misturam-se ao longo de todo o texto, com um predomínio da etnografia. Os três capítulos iniciais dedicam-se à etnografia dos vanguardistas-aristocratas. No primeiro, temos a descrição da composição do grupo, o período de observação, as situações descritas e consideradas importantes pelo autor e o detalhamento do estilo de vida do grupo. O segundo, dedicado ao uso dos tóxicos, descreve padrões de consumo, tipos de tóxicos consumidos, estratégias de compra, hierarquias estabelecidas, categorias sociais associadas ao seu uso e depoimentos. O terceiro apresenta uma descrição da formação cultural e visão política do grupo, sustentada por oito depoimentos, nos quais as perspectivas de mundo aparecem com mais clareza, permitindo-nos entender as vinculações das diferentes percepções e atitudes políticas com o estilo de vida anteriormente descrito.
Por meio dessa etnografia, ficam claros para o leitor os diferentes projetos culturais construídos através do consumo de drogas e o início do processo de "cosmopolitização" das camadas médias altas da sociedade brasileira. Nesse sentido, Nobres e Anjos fornece material valioso para os interessados em uma antropologia do consumo ou em ampliar a discussão sobre estilos de vida como uma forma de segmentação social.

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Nobres e Anjos tem como um de seus objetivos principais o mapeamento dos estilos de vida e visões de mundo de dois grupos das camadas médias cariocas da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. Primeiro, os vanguardistas-aristocratas, que pertencem ao que o autor denominou de “roda intelectual-artístico-boêmia”. Segundo, um grupo de jovens surfistas, cujo ponto de referência era uma lanchonete em Ipanema, mas com origem social estruturalmente semelhante à do outro – burguesia empresarial e profissionais liberais com projeto de ascensão social -, os “nobres” e os “anjos”, respectivamente.
Os “tóxicos” funcionam nesse contexto mais como porta de entrada para esses estilos de vida e visões de mundo do que como tema central. Sua importância é conjuntural, ou seja, funcionam basicamente como demarcador de fronteiras e de hierarquias em determinadas situações, não se constituindo em elemento central na construção da identidade dos dois grupos.
O livro divide-se em seis capítulos, nenhum exclusivamente teórico. Etnografia e teoria misturam-se ao longo de todo o texto, com um predomínio da etnografia. Os três capítulos iniciais dedicam-se à etnografia dos vanguardistas-aristocratas. No primeiro, temos a descrição da composição do grupo, o período de observação, as situações descritas e consideradas importantes pelo autor e o detalhamento do estilo de vida do grupo. O segundo, dedicado ao uso dos tóxicos, descreve padrões de consumo, tipos de tóxicos consumidos, estratégias de compra, hierarquias estabelecidas, categorias sociais associadas ao seu uso e depoimentos. O terceiro apresenta uma descrição da formação cultural e visão política do grupo, sustentada por oito depoimentos, nos quais as perspectivas de mundo aparecem com mais clareza, permitindo-nos entender as vinculações das diferentes percepções e atitudes políticas com o estilo de vida anteriormente descrito.
Por meio dessa etnografia, ficam claros para o leitor os diferentes projetos culturais construídos através do consumo de drogas e o início do processo de “cosmopolitização” das camadas médias altas da sociedade brasileira. Nesse sentido, Nobres e Anjos fornece material valioso para os interessados em uma antropologia do consumo ou em ampliar a discussão sobre estilos de vida como uma forma de segmentação social.

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