Infância Afrodescendente: Epistemologia Crítica No Ensino Fundamental

A produção de conhecimento da criança de origem afrodescendente tem se constituído em objeto de preocupações fecundas, principalmente porque, neste milênio, emerge a necessidade urgente de revisar o projeto da racionalidade moderna, a fim de (des)construir alguns de seus imperativos.

A razão cognitivo-instrumental, o homem da objetividade, a lógica das verdades absolutas e esmagadoras a favor do adulto branco-europeu, a separação homem-natureza são algumas dimensões que justificaram e legitimaram a modernidade e os seus processos de exclusão, negação e silenciamentos.
Tomando este contexto e considerando, principalmente, o processo de formação (colonização) do Brasil, em sua configuração moderno/ocidental, como eixo disparador da "racionalidade" brasileira atual, esta obra analisa, intencionalmente, o conhecimento produzido pela infância afrodescendente situada no ensino fundamental baiano. A discussão circundante é a Ciência da Educação e a conseqüente epistemologia do educador.
A construção do pensamento científico moderno traz significativas influências para a educação, principalmente a partir do pensamento cartesiano, ao instituir a separação sujeito/objeto. O projeto epistemológico da modernidade, formulado entre os séculos XV e XVIII, coincidente com a criação de raízes européias em terras brasileiras (a partir da metade do século XVI), põe o sujeito numa relação de superioridade frente ao objeto. Esta relação é repensada neste texto, visto que a inspiração de fundo, de natureza fenomenológica, é a ontologia "proposta" por Martim Heidegger (sem fechar nesta única possibilidade) e suas relações com os princípios organizadores das comunidades religiosas de tradição africana. Retomamos, então, a clássica questão, posta desde a teoria do conhecimento cartesiana: a relação sujeito/objeto; a separação homem/mundo.
A fenomenologia questiona esta dicotomia, afirmando que qualquer consciência é intencional e, portanto, não há pura consciência. A consciência visa o mundo e, deste modo, não há objeto em si, ou seja, não há objeto independente da consciência que o percebe. O objeto, como fenômeno, é algo que aparece para uma dada consciência.

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A produção de conhecimento da criança de origem afrodescendente tem se constituído em objeto de preocupações fecundas, principalmente porque, neste milênio, emerge a necessidade urgente de revisar o projeto da racionalidade moderna, a fim de (des)construir alguns de seus imperativos. A razão cognitivo-instrumental, o homem da objetividade, a lógica das verdades absolutas e esmagadoras a favor do adulto branco-europeu, a separação homem-natureza são algumas dimensões que justificaram e legitimaram a modernidade e os seus processos de exclusão, negação e silenciamentos.
Tomando este contexto e considerando, principalmente, o processo de formação (colonização) do Brasil, em sua configuração moderno/ocidental, como eixo disparador da “racionalidade” brasileira atual, esta obra analisa, intencionalmente, o conhecimento produzido pela infância afrodescendente situada no ensino fundamental baiano. A discussão circundante é a Ciência da Educação e a conseqüente epistemologia do educador.
A construção do pensamento científico moderno traz significativas influências para a educação, principalmente a partir do pensamento cartesiano, ao instituir a separação sujeito/objeto. O projeto epistemológico da modernidade, formulado entre os séculos XV e XVIII, coincidente com a criação de raízes européias em terras brasileiras (a partir da metade do século XVI), põe o sujeito numa relação de superioridade frente ao objeto. Esta relação é repensada neste texto, visto que a inspiração de fundo, de natureza fenomenológica, é a ontologia “proposta” por Martim Heidegger (sem fechar nesta única possibilidade) e suas relações com os princípios organizadores das comunidades religiosas de tradição africana. Retomamos, então, a clássica questão, posta desde a teoria do conhecimento cartesiana: a relação sujeito/objeto; a separação homem/mundo.
A fenomenologia questiona esta dicotomia, afirmando que qualquer consciência é intencional e, portanto, não há pura consciência. A consciência visa o mundo e, deste modo, não há objeto em si, ou seja, não há objeto independente da consciência que o percebe. O objeto, como fenômeno, é algo que aparece para uma dada consciência.

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