
A Sociedade Individualizada
- Ciências Sociais
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Zygmunt Bauman - A Sociedade Individualizada: Vidas Contadas E Histórias Vividas
Em A Sociedade Individualizada, Zygmunt Bauman dá continuidade em suas observações sobre a nossa dificuldade de vivermos em sociedade e o desafio da confiança e do cuidado mútuo, já tratado em outras obras.
A individualização se tornou o destino de todo habitante de uma grande cidade contemporânea, não uma opção. A sociedade estimula os indivíduos a agirem em função dos problemas e medos que surgem diariamente.
E, ao tentar fazer com que as vidas tenham sentido, os homens tendem a culpar suas próprias falhas e fraquezas pelos desconfortos e derrotas que enfrentam. Para o renomado sociólogo polonês Zygmunt Bauman a reação só leva a mais isolamento.
O pensador vai fundo nessa teoria e mostra como a sociologia pode contribuir para conectar as decisões e ações individuais aos medos e questionamentos mais profundos do ser humano.
Todas as sociedades são fábricas de significados. Até mais do que isso: são as sementeiras da vida com sentido. O serviço delas é indispensável. Aristóteles observou que um ser solitário, fora de uma polis, só pode ser um anjo ou uma fera; isso não surpreende, uma vez que o primeiro é imortal e a segunda é inconsciente
de sua mortalidade.
A submissão à sociedade, como observa Durkheim, é uma "experiência libertadora", a própria condição de liberação "das forças físicas cegas e não-pensantes". Não poderíamos dizer, pergunta Durkheim de maneira retórica, que "é apenas por uma circunstância afortunada, pois as sociedades são infinitamente mais duradouras do que os indivíduos, que elas nos permitem experimentar satisfações que não são meramente efêmeras"?
A primeira dessas frases é pleonástica: o que a submissão à sociedade oferece não é tanto a libertação das "forças físicas não-pensantes", mas uma libertação de se pensar nelas. A liberdade vem na forma de um exorcismo do espectro da mortalidade.
E é essa tautologia que torna o exorcismo efetivo e faz com que certos tipos de satisfação tenham o gosto de derrotar "forças físicas" cruelmente cegas. Quando compartilhadas com aqueles que nasceram antes e com aqueles que provavelmente viverão mais, as insatisfações "não são meramente efêmeras"; para ser mais exato, elas são purificadas (de modo efêmero) do estigma da efemeridade.
Podemos experimentar a imortalidade dentro de uma vida mortal, mesmo que apenas de maneira metafórica ou metonímica, moldando nossa vida à semelhança das formas que concordamos estar dotadas de um valor imortal ou entrando em contato e se associando a coisas que, por comum acordo, são destinadas à eternidade.
De uma forma ou de outra, algo da durabilidade da natureza pode escapulir com facilidade na transitoriedade da vida individual.
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