A Arte Da Vida

 

Zygmunt Bauman - A Arte Da Vida

O que é felicidade? É possível alcançá-la definitivamente?

A sociedade líquida moderna espera que cuidemos de dar sentido e forma às nossas vidas, nos julga pelos resultados e também nos faz pensar que a arte da vida tem por objetivo a felicidade.

O livro do grande pensador contemporâneo Zygmunt Bauman trata dessas desconcertantes questões e é uma exposição brilhante das condições - e limites - que influenciam nossos projetos de vida.

O que há de errado com a felicidade?

A pergunta pode deixar muitos leitores desconcertados. E foi feita mesmo para desconcertar - estimular que se faça uma pausa para pensar. Uma pausa em quê?

Em nossa busca pela felicidade - que, como muitos leitores provavelmente concordarão, temos em mente na maior parte do tempo, preenche a maior parte de nossas vidas, não pode nem vai abrandar a marcha, muito menos parar... pelo menos não por mais que um instante (fugaz, sempre fugaz).

Por que é provável que essa pergunta desconcerte? Porque indagar "o que há de errado com a felicidade?" é como perguntar o que há de quente no gelo ou de malcheiroso numa rosa.

Sendo o gelo incompatível com o calor, e a rosa com o mau cheiro, tais perguntas presumem a viabilidade de uma coexistência inconcebível (onde há calor, não pode haver gelo). De fato, como poderia haver algo de errado com a felicidade?

"Felicidade" não seria sinônimo de ausência de erro? Da própria impossibilidade de sua presença? Da impossibilidade de todo e qualquer erro?

E no entanto essa pergunta é feita por Michael Rustin, assim como o foi anteriormente, e com certeza o será no futuro, por pessoas preocupadas - e Rustin explica o motivo: sociedades como a nossa, movidas por milhões de homens e mulheres em busca da felicidade, estão se tornando mais ricas, mas não está claro se estão se tornando mais felizes.

Parece que a busca dos seres humanos pela felicidade pode muito bem se mostrar responsável pelo seu próprio fracasso.

Todos os dados empíricos disponíveis indicam que, nas populações das sociedades abastadas, pode não haver relação alguma entre mais riqueza, considerada o principal veículo de uma vida feliz, e maior felicidade!

A íntima correlação entre crescimento econômico e mai-or felicidade é amplamente considerada uma das verdades menos questionáveis, talvez até a mais auto-evidente.

Ou pelo menos é isso que nos dizem os líderes políticos mais conhecidos e respeitáveis, seus conselheiros e porta-vozes - e que nós, que tendemos a nos basear nas opiniões deles, ficamos repetindo sem pausa para refletir ou pensar melhor.

Eles e nós agimos no pressuposto de que essa correlação é genuína. Queremos que eles ajam com base nessa crença de modo ainda mais resoluto e enérgico - e lhes desejamos sorte, esperando que seu sucesso (ou seja, aumentar nossas rendas, o dinheiro à nossa disposição, o volume de nossas posses, bens e riquezas) melhore a qualidade de nossas vidas e nos torne mais felizes.

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Zygmunt Bauman – A Arte Da Vida

O que é felicidade? É possível alcançá-la definitivamente?

A sociedade líquida moderna espera que cuidemos de dar sentido e forma às nossas vidas, nos julga pelos resultados e também nos faz pensar que a arte da vida tem por objetivo a felicidade.

O livro do grande pensador contemporâneo Zygmunt Bauman trata dessas desconcertantes questões e é uma exposição brilhante das condições – e limites – que influenciam nossos projetos de vida.

O que há de errado com a felicidade?

A pergunta pode deixar muitos leitores desconcertados. E foi feita mesmo para desconcertar – estimular que se faça uma pausa para pensar. Uma pausa em quê?

Em nossa busca pela felicidade – que, como muitos leitores provavelmente concordarão, temos em mente na maior parte do tempo, preenche a maior parte de nossas vidas, não pode nem vai abrandar a marcha, muito menos parar… pelo menos não por mais que um instante (fugaz, sempre fugaz).

Por que é provável que essa pergunta desconcerte? Porque indagar “o que há de errado com a felicidade?” é como perguntar o que há de quente no gelo ou de malcheiroso numa rosa.

Sendo o gelo incompatível com o calor, e a rosa com o mau cheiro, tais perguntas presumem a viabilidade de uma coexistência inconcebível (onde há calor, não pode haver gelo). De fato, como poderia haver algo de errado com a felicidade?

“Felicidade” não seria sinônimo de ausência de erro? Da própria impossibilidade de sua presença? Da impossibilidade de todo e qualquer erro?

E no entanto essa pergunta é feita por Michael Rustin, assim como o foi anteriormente, e com certeza o será no futuro, por pessoas preocupadas – e Rustin explica o motivo: sociedades como a nossa, movidas por milhões de homens e mulheres em busca da felicidade, estão se tornando mais ricas, mas não está claro se estão se tornando mais felizes.

Parece que a busca dos seres humanos pela felicidade pode muito bem se mostrar responsável pelo seu próprio fracasso.

Todos os dados empíricos disponíveis indicam que, nas populações das sociedades abastadas, pode não haver relação alguma entre mais riqueza, considerada o principal veículo de uma vida feliz, e maior felicidade!

A íntima correlação entre crescimento econômico e mai-or felicidade é amplamente considerada uma das verdades menos questionáveis, talvez até a mais auto-evidente.

Ou pelo menos é isso que nos dizem os líderes políticos mais conhecidos e respeitáveis, seus conselheiros e porta-vozes – e que nós, que tendemos a nos basear nas opiniões deles, ficamos repetindo sem pausa para refletir ou pensar melhor.

Eles e nós agimos no pressuposto de que essa correlação é genuína. Queremos que eles ajam com base nessa crença de modo ainda mais resoluto e enérgico – e lhes desejamos sorte, esperando que seu sucesso (ou seja, aumentar nossas rendas, o dinheiro à nossa disposição, o volume de nossas posses, bens e riquezas) melhore a qualidade de nossas vidas e nos torne mais felizes.

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