A Retirada Dos Dez Mil

Xenofonte - A Retirada Dos Dez Mil

Xenofonte relata as aventuras e desventuras de uma expedição fracassada à Pérsia. Longe de ser um relato histórico, Xenofonte emerge como um homem encarnado na luta dos seus soldados, experienciando diversas emoções e explanando-as no pergaminho. Antevendo assim, quiçá, uma certa contemporaneidade no atual romance.

Este é um dos mais movimentados e arrebatadores livros de ação que jamais se escreveram. Lê-se empolgadamente, como um romance de guerra.

Trata de personagens, fatos e locais verídicos, transfigurados (os especialistas dirão até que ponto) por uma pena ágil, de poderoso vigor expressivo.

E possível conceber todas estas extensões da Ásia percorridas por imensos exércitos, persas e gregos, como um esplendoroso território mágico. Desertos, rios, montes, campos, povos, nomes que ressoam, vibrantes ou sombrios, em reverberação exótica de mitos ancestrais, por mais que os sábios lhes queiram deslindar a verdade geográfica ou histórica.

As moedas, medidas e alcances são referidas ora em termos persas, ora gregos. Parasangas, estádios e pletros marcam as distâncias. Correm avestruzes, onagros, abetardas.

Ocasiões há em que falta mais o pão que a carne. Noutras, tudo falta. Das cumeadas dos cerros ou da margem oposta do rio ou pântano surgem hordas de povos estranhos de colorido aspecto.

"O Império dos meus pais, soldados — arengou Ciro o Jovem — estende-se para o Sul até uma zona vedada pelo calor tórrido de ser habitada pelo homem, para Norte a paragens também desertas por causa do frio rigoroso que lá reina; O Centro é governado por sátrapas, partidários todos de meu irmão. Eu só me quero convosco; se venço, quem há- -de ir ocupar essas satrapias, se não vós?"

Assim se persuadiram os soldados de fortuna gregos a alinhar, em massa, numa tentativa violenta de usurpação. Movia-os a pura cupidez, o ouro cantante, ao serviço de Ciro, o Jovem, sátrapa da Lídia de vinte e três anos, aspirante ao trono do seu irmão mais velho, Artaxerxes II.

De maneiras de ser opostas, segundo consideraram os antigos, tinham ambos em comum o serem completamente destituídos de escrúpulos.

O Ciro que Xenofonte nos apresenta é um moço riquíssimo, desenvolto, habilidoso, bem-falante, valente e conhecedor da mentalidade grega e de como levá-la à certa.

Noutra obra, também traduzida por Aquilino, o ateniense discorre sobre um ancestral homônimo deste mesmo Ciro, cognominado o Velho, ou o Antigo, adrede fantasiado, como expoente de um ideal helênico de educação do príncipe.

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Xenofonte – A Retirada Dos Dez Mil

Xenofonte relata as aventuras e desventuras de uma expedição fracassada à Pérsia. Longe de ser um relato histórico, Xenofonte emerge como um homem encarnado na luta dos seus soldados, experienciando diversas emoções e explanando-as no pergaminho. Antevendo assim, quiçá, uma certa contemporaneidade no atual romance.

Este é um dos mais movimentados e arrebatadores livros de ação que jamais se escreveram. Lê-se empolgadamente, como um romance de guerra.

Trata de personagens, fatos e locais verídicos, transfigurados (os especialistas dirão até que ponto) por uma pena ágil, de poderoso vigor expressivo.

E possível conceber todas estas extensões da Ásia percorridas por imensos exércitos, persas e gregos, como um esplendoroso território mágico. Desertos, rios, montes, campos, povos, nomes que ressoam, vibrantes ou sombrios, em reverberação exótica de mitos ancestrais, por mais que os sábios lhes queiram deslindar a verdade geográfica ou histórica.

As moedas, medidas e alcances são referidas ora em termos persas, ora gregos. Parasangas, estádios e pletros marcam as distâncias. Correm avestruzes, onagros, abetardas.

Ocasiões há em que falta mais o pão que a carne. Noutras, tudo falta. Das cumeadas dos cerros ou da margem oposta do rio ou pântano surgem hordas de povos estranhos de colorido aspecto.

“O Império dos meus pais, soldados — arengou Ciro o Jovem — estende-se para o Sul até uma zona vedada pelo calor tórrido de ser habitada pelo homem, para Norte a paragens também desertas por causa do frio rigoroso que lá reina; O Centro é governado por sátrapas, partidários todos de meu irmão. Eu só me quero convosco; se venço, quem há- -de ir ocupar essas satrapias, se não vós?”

Assim se persuadiram os soldados de fortuna gregos a alinhar, em massa, numa tentativa violenta de usurpação. Movia-os a pura cupidez, o ouro cantante, ao serviço de Ciro, o Jovem, sátrapa da Lídia de vinte e três anos, aspirante ao trono do seu irmão mais velho, Artaxerxes II.

De maneiras de ser opostas, segundo consideraram os antigos, tinham ambos em comum o serem completamente destituídos de escrúpulos.

O Ciro que Xenofonte nos apresenta é um moço riquíssimo, desenvolto, habilidoso, bem-falante, valente e conhecedor da mentalidade grega e de como levá-la à certa.

Noutra obra, também traduzida por Aquilino, o ateniense discorre sobre um ancestral homônimo deste mesmo Ciro, cognominado o Velho, ou o Antigo, adrede fantasiado, como expoente de um ideal helênico de educação do príncipe.

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