
Dando prosseguimento ao trabalho iniciado com a publicação de O Livro Das Virtudes, trazemos agora O Livro Das Virtudes Vol. II: O Compasso Moral, outro sucesso do mesmo autor, William J. Bennett.
Como a primeira, esta coletânea reúne poemas e narrativas de diversas épocas e culturas, tendo em comum uma preocupação com a construção da ética e a aquisição de valores morais.
Como no livro anterior, fizemos algumas modificações, permitidas pelo autor e sua agente. Por um lado, alguns dos trechos que faziam parte do original foram cortados, por serem excessivamente referentes a uma realidade norte-americana.
Outros, porém, mesmo não sendo tão universais, foram conservados – pareceu-nos interessante que eventuais diferenças culturais e de comportamento pudessem ressaltar do contraponto desses textos com as escolhas brasileiras que fizemos.
Afinal, toda cultura é diálogo. Mas, como a seleção do autor não se debruça muito sobre a criação literária de autores franceses, italianos, espanhóis, portugueses e de outros países latinos, achamos conveniente deixar para o leitor a sua visão saxônica ao contemplar o mundo e a humanidade.
Por outro lado, também, ao incluirmos em cada capítulo alguns textos brasileiros, propomos que a leitura da obra seja viva e crítica, visando a um enriquecedor confronto, pelo cotejamento de certas ênfases e atitudes.
Não deixa de ser comovedor comparar o trecho de Erico Veríssimo (talvez despercebido do leitor médio atual) evocando a fibra de Ana Terra, nos primórdios do Rio Grande do Sul, com a força dos pioneiros americanos se estabelecendo nas campinas, já tantas vezes vista em filmes.
Igualmente, é interessante observar como, entre nós, a literatura tem abordado a cidadania e o crescimento do indivíduo com um tom menos moral e mais veemente e politizado, de Castro Alves a Ferreira Gullar ou Vinícius de Moraes, focalizando mais a questão social que o respeito individual.
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