O Direito À Natureza Na Cidade

As técnicas, a produção, as indústrias e a cultura possibilitam a incorporação da natureza à vida social. Essa proximidade com a natureza instiga a se pensar cada vez mais seus conteúdos e limites.

Este questionamento sobre as relações que os homens estabelecem com a natureza, através das técnicas e da cultura, surgiu em 1999, durante uma disciplina cursada na Unicamp e depois desenvolvida em uma tese de doutorado, orientada pelo Prof. Dr. Pompeu Figueiredo de Carvalho. Esta tese foi defendida junto ao curso de Pós-graduação em Geografia – Área de Concentração em Organização do Espaço (UNESP/Rio Claro), e teve as contribuições das Professoras Doutoras Magda Adelaide Lombardo, Vânia Rúbia Farias Vlach e dos Professores Doutores José Francisco e Paulo Roberto Godoy.
Iniciou-se o desvelamento desta problemática com uma postura epistemológica, construindo e reconstruindo as ideias e os conceitos de natureza, a partir das interpretações de Bachelard (1983) sobre a história do conhecimento e das motivações que levam a busca pelas transformações e produção dos pensamentos e das ideias. Este é o caso dos pensamentos, das ideias e dos conceitos de natureza, que surgiram das relações que as sociedades e os homens constituíram na sua história.
Escrevendo sobre as ideias de natureza no curso da história do pensamento humano, Lenoble (1969), afirma que a "palavra" Natureza está empregada para a definição e designação de uma vasta gama de objetos, ações e processos. A explicitação dos conteúdos da Natureza pode ser aparentemente clara, mas esconde armadilhas epistemológicas, que levam a uma complexificação das definições de Natureza e a proliferação do emprego de termos correlatos como natural, ou sobre a natureza das coisas e dos lugares como sinônimos.
Observa-se o aumento significativo dos empreendimentos imobiliários que usam a "propaganda verde". Constata-se uma proliferação de nomes como: jardim, parque, vila, reserva, bosque, com o agravante do uso de outros idiomas: park, jardin, garden, villagio etc. Desta forma, através de uma visão crítica, se buscou a suplantação dessa ideologia que penetra tais empreendimentos, demonstrando que a natureza na cidade é produto da ação social e histórica do homem, as quais, atualmente, estão repletas das intencionalidades capitalistas. Também há uma preocupação na superação da utilização da natureza como um processo de satisfação individual, vinculado ao consumismo, através da construção de um processo de ação e uso da natureza como uma forma de emancipação coletiva, constituindo no mundo contemporâneo, um direito à natureza na cidade para todos os seus habitantes.

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As técnicas, a produção, as indústrias e a cultura possibilitam a incorporação da natureza à vida social. Essa proximidade com a natureza instiga a se pensar cada vez mais seus conteúdos e limites. Este questionamento sobre as relações que os homens estabelecem com a natureza, através das técnicas e da cultura, surgiu em 1999, durante uma disciplina cursada na Unicamp e depois desenvolvida em uma tese de doutorado, orientada pelo Prof. Dr. Pompeu Figueiredo de Carvalho. Esta tese foi defendida junto ao curso de Pós-graduação em Geografia – Área de Concentração em Organização do Espaço (UNESP/Rio Claro), e teve as contribuições das Professoras Doutoras Magda Adelaide Lombardo, Vânia Rúbia Farias Vlach e dos Professores Doutores José Francisco e Paulo Roberto Godoy.
Iniciou-se o desvelamento desta problemática com uma postura epistemológica, construindo e reconstruindo as ideias e os conceitos de natureza, a partir das interpretações de Bachelard (1983) sobre a história do conhecimento e das motivações que levam a busca pelas transformações e produção dos pensamentos e das ideias. Este é o caso dos pensamentos, das ideias e dos conceitos de natureza, que surgiram das relações que as sociedades e os homens constituíram na sua história.
Escrevendo sobre as ideias de natureza no curso da história do pensamento humano, Lenoble (1969), afirma que a “palavra” Natureza está empregada para a definição e designação de uma vasta gama de objetos, ações e processos. A explicitação dos conteúdos da Natureza pode ser aparentemente clara, mas esconde armadilhas epistemológicas, que levam a uma complexificação das definições de Natureza e a proliferação do emprego de termos correlatos como natural, ou sobre a natureza das coisas e dos lugares como sinônimos.
Observa-se o aumento significativo dos empreendimentos imobiliários que usam a “propaganda verde”. Constata-se uma proliferação de nomes como: jardim, parque, vila, reserva, bosque, com o agravante do uso de outros idiomas: park, jardin, garden, villagio etc. Desta forma, através de uma visão crítica, se buscou a suplantação dessa ideologia que penetra tais empreendimentos, demonstrando que a natureza na cidade é produto da ação social e histórica do homem, as quais, atualmente, estão repletas das intencionalidades capitalistas. Também há uma preocupação na superação da utilização da natureza como um processo de satisfação individual, vinculado ao consumismo, através da construção de um processo de ação e uso da natureza como uma forma de emancipação coletiva, constituindo no mundo contemporâneo, um direito à natureza na cidade para todos os seus habitantes.

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