Breve História Sobre O Anticristo

Vladimir Soloviev - Breve História Sobre O Anticristo
A Tradição não vê na imitação de Cristo pelo Anticristo outra coisa que a máxima potencialização da mendacidade e da santidade aparente que o caracterizará.


Tal santidade aparente deve ser considerada muito restritamente.
Não se trata aqui de uma vulgar simulação, mas de um hábito geral que desce e entra no campo da ética e deve quase necessariamente aparecer como uma verdadeira santidade em um mundo que já perdeu o sentido original, ôntico e cúltico, desse conceito.
Somente em virtude dessa verdadeira imitação, capaz de enganar até mesmo “as pessoas sérias” e até mesmo os crentes, é que, compreensivelmente, se entende o engano de muitos, “que (se fosse possível) até os escolhidos seriam enganados”; aí tem algo do “poder de sedução”, que no Novo Testamento se diz que Deus permite “de tal modo que creiam na mentira”.
Assim, que nessa força e capacidade enganadoras a Tradição as vê como fundadas especialmente na santidade aparente da vida pessoal, em que se jacta o Anticristo.
Na famosa “Breve História sobre o Anticristo”, – que pretende reproduzir tudo “quanto com a maior verossimilhança se pode dizer sobre esta questão, de acordo com a Escritura, a Tradição da Igreja e o bom senso” – Vladimir Soloviev descreve a história do Anticristo como “o grande amigo espiritualista, ascético e amigo dos homens”, cuja elevadíssima autoestima aparece justificada pelas “manifestações rigorosas de abstinência, abnegação e disposição ativa de ajuda”; e é “acima de tudo, um amigo dos homens, e não só dos homens, mas também amigo dos animais, sendo pessoalmente vegetariano”.
Forma parte da imagem tradicional do Anticristo aparecer como “benfeitor”, e nas audiências se mostra “tão amável, que será aclamado em todos os jornais”, como se diz na – “A vida do Anticristo”, que escreveu um capuchinho no século XVII.
O Anticristo é o autor de um livro, traduzido em todas as línguas do mundo, com o título “O caminho aberto para a paz universal e o bem-estar em todo o mundo”. Ele (o Anticristo) “criou em toda a humanidade uma igualdade fundada firmemente: a igualdade de uma saciedade universal”.
E depois de ter sido proclamado – sobre a base de uma eleição sem votação! – soberano do mundo, o Anticristo pronuncia um manifesto, que conclui com as seguintes palavras: “Povos da terra! As promessas se cumpriram! A paz eterna e universal foi consolidada.
Qualquer intento de perturbá-la agora encontrará uma insuperável oposição, porque de agora em diante se estabelece no mundo um poder central mais forte que qualquer outro, seja individual ou coletivo.
Este poder invencível, e capaz de tudo conquistar, pertence a mim, eleito Imperador da Europa e comandante de todas suas forças. O direito internacional estabeleceu, finalmente, as sanções ausentes por tanto tempo.
De agora em diante nenhum país se atreverá a dizer: guerra, quando eu digo: paz! Povos da terra: a paz esteja convosco”.
Isto escrevia Soloviev no último ano do século XIX.

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Vladimir Soloviev – Breve História Sobre O Anticristo
A Tradição não vê na imitação de Cristo pelo Anticristo outra coisa que a máxima potencialização da mendacidade e da santidade aparente que o caracterizará.
Tal santidade aparente deve ser considerada muito restritamente.
Não se trata aqui de uma vulgar simulação, mas de um hábito geral que desce e entra no campo da ética e deve quase necessariamente aparecer como uma verdadeira santidade em um mundo que já perdeu o sentido original, ôntico e cúltico, desse conceito.
Somente em virtude dessa verdadeira imitação, capaz de enganar até mesmo “as pessoas sérias” e até mesmo os crentes, é que, compreensivelmente, se entende o engano de muitos, “que (se fosse possível) até os escolhidos seriam enganados”; aí tem algo do “poder de sedução”, que no Novo Testamento se diz que Deus permite “de tal modo que creiam na mentira”.
Assim, que nessa força e capacidade enganadoras a Tradição as vê como fundadas especialmente na santidade aparente da vida pessoal, em que se jacta o Anticristo.
Na famosa “Breve História sobre o Anticristo”, – que pretende reproduzir tudo “quanto com a maior verossimilhança se pode dizer sobre esta questão, de acordo com a Escritura, a Tradição da Igreja e o bom senso” – Vladimir Soloviev descreve a história do Anticristo como “o grande amigo espiritualista, ascético e amigo dos homens”, cuja elevadíssima autoestima aparece justificada pelas “manifestações rigorosas de abstinência, abnegação e disposição ativa de ajuda”; e é “acima de tudo, um amigo dos homens, e não só dos homens, mas também amigo dos animais, sendo pessoalmente vegetariano”.
Forma parte da imagem tradicional do Anticristo aparecer como “benfeitor”, e nas audiências se mostra “tão amável, que será aclamado em todos os jornais”, como se diz na – “A vida do Anticristo”, que escreveu um capuchinho no século XVII.
O Anticristo é o autor de um livro, traduzido em todas as línguas do mundo, com o título “O caminho aberto para a paz universal e o bem-estar em todo o mundo”. Ele (o Anticristo) “criou em toda a humanidade uma igualdade fundada firmemente: a igualdade de uma saciedade universal”.
E depois de ter sido proclamado – sobre a base de uma eleição sem votação! – soberano do mundo, o Anticristo pronuncia um manifesto, que conclui com as seguintes palavras: “Povos da terra! As promessas se cumpriram! A paz eterna e universal foi consolidada.
Qualquer intento de perturbá-la agora encontrará uma insuperável oposição, porque de agora em diante se estabelece no mundo um poder central mais forte que qualquer outro, seja individual ou coletivo.
Este poder invencível, e capaz de tudo conquistar, pertence a mim, eleito Imperador da Europa e comandante de todas suas forças. O direito internacional estabeleceu, finalmente, as sanções ausentes por tanto tempo.
De agora em diante nenhum país se atreverá a dizer: guerra, quando eu digo: paz! Povos da terra: a paz esteja convosco”.
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