Da Sombra À Luz

O trabalho de resgate da obra de Elvira Foeppel resultou neste livro organizado a duas mãos, relativo à publicação de seus contos.

Geralmente, quando se fala de escritoras baianas, os nomes que nos vêem à mente são os de Sonia Coutinho, de Helena Parente Cunha e de Myriam Fraga, entre as contemporâneas, e de Amélia Rodrigues e Ana Ribeiro, entre as mais antigas. De Elvira Foeppel não se costuma lembrar, até porque seus textos desapareceram e se esgotaram nas primeiras edições.

Felizmente, a pesquisa interessante e original empreendida por Vanilda Mazzoni retirou do limbo esta escritora, permitindo-nos conhecer um pouco mais da produção intelectual de nossas mulheres.

Este tipo de pesquisa, que empreende o resgate de uma obra e reconstrói uma história de vida, a meu ver, é dos mais importantes, pelo que contribui para o alargamento de nossas letras e acrescenta ao conhecimento da literatura que nos antecedeu.

O mérito do trabalho realizado por Vanilda não se restringe, portanto, à extensa pesquisa empreendida pelos arquivos e bibliotecas do país, à procura de fontes primárias desaparecidas, mas iniciou com a escolha mesmo do objeto de estudo e adquiriu uma dimensão significativa com a cuidadosa recolha de informações e textos literários, e a montagem do grande quebra-cabeça da biografia da escritora.

Elvira Foeppel, podemos agora verificar, antecipa em seus contos a denúncia de uma certa mística feminina que, nos anos 40 e 50, difundia a idéia de que a felicidade se resumia em ter um marido, cuidar dos filhos e do lar. Afinal, era para isso que as mulheres eram educadas e esse devia ser o único objetivo de suas vidas…

Em alguns contos, que lembram Clarice Lispector, temos personagens inadaptadas à vida doméstica, insatisfeitas e deprimidas, marcadas pela náusea, pela rotina e o medo da rejeição. São estes alguns dos temas recorrentes nos contos da autora, além da morte, da velhice e das relações insatisfatórias.

Por tudo isso, concordo com Vanilda Mazzoni quando afirma que Elvira Foeppel merece ocupar novamente um lugar de destaque nas letras nacionais e reitero a importante contribuição que este livro representa para a história da literatura de autoria feminina em nosso país.

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Felizmente, a pesquisa interessante e original empreendida por Vanilda Mazzoni retirou do limbo esta escritora, permitindo-nos conhecer um pouco mais da produção intelectual de nossas mulheres.

Este tipo de pesquisa, que empreende o resgate de uma obra e reconstrói uma história de vida, a meu ver, é dos mais importantes, pelo que contribui para o alargamento de nossas letras e acrescenta ao conhecimento da literatura que nos antecedeu.

O mérito do trabalho realizado por Vanilda não se restringe, portanto, à extensa pesquisa empreendida pelos arquivos e bibliotecas do país, à procura de fontes primárias desaparecidas, mas iniciou com a escolha mesmo do objeto de estudo e adquiriu uma dimensão significativa com a cuidadosa recolha de informações e textos literários, e a montagem do grande quebra-cabeça da biografia da escritora.

Elvira Foeppel, podemos agora verificar, antecipa em seus contos a denúncia de uma certa mística feminina que, nos anos 40 e 50, difundia a idéia de que a felicidade se resumia em ter um marido, cuidar dos filhos e do lar. Afinal, era para isso que as mulheres eram educadas e esse devia ser o único objetivo de suas vidas…

Em alguns contos, que lembram Clarice Lispector, temos personagens inadaptadas à vida doméstica, insatisfeitas e deprimidas, marcadas pela náusea, pela rotina e o medo da rejeição. São estes alguns dos temas recorrentes nos contos da autora, além da morte, da velhice e das relações insatisfatórias.

Por tudo isso, concordo com Vanilda Mazzoni quando afirma que Elvira Foeppel merece ocupar novamente um lugar de destaque nas letras nacionais e reitero a importante contribuição que este livro representa para a história da literatura de autoria feminina em nosso país.

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