Do Penhor À Pena

Obra de fôlego, em que o autor procede a uma rigorosa revisão da presença de Don Juan na literatura ocidental e, especificamente, na literatura brasileira.

Do Penhor À Pena: Estudos Do Mito De Don Juan, Desdobramentos E Equivalências, de Jorge de Souza Araujo, parece-nos predestinado a ocupar espaço singular na moderna ensaística brasileira e, quiçá, universal. Trabalho tão extenso quanto denso revelar-nos-ia, se já não conhecêssemos o autor e sua obra, um pesquisador incrivelmente apaixonado e um exegeta incansável.

A figura do Don Juan, aqui tão intelectualmente trabalhada, suportada em teorias e interpretações de nomes qualificados em várias esferas do conhecimento, passando pela crítica literária, pela psicanálise, pela filosofia e pela antropologia é, na verdade, figura incrustada no universo dos mortais comuns, alvo de observações irônicas e, na maioria das vezes, obviamente pejorativas.

O nosso ensaísta percorre em várias direções, das territoriais às subjetivas, a presença desse sedutor e encantador - o Don Juan - mas essencialmente “falso” em suas ações e intenções.

Don Juan, o burlador, demonstra-nos Jorge Araujo, presentifica-se em todas as culturas. Logicamente, nesse cotejo a que se propôs o autor, o don Juan Tenório tem a sua intenção primeira.

E a partir daí, dessa presença em todas as culturas, o autor passa a indagá-lo sob os aspectos do mito (discutindo-o com significativa amplitude), vinculando-o ao erótico e às clássicas antinomias do profano e do sagrado, do humano e do divino.

Assim, a figura do sedutor burlesco, elevada a “mito do eterno sedutor”, consagrada no imaginário coletivo, ganha relevo ao abrir-se como possibilidade de maior compreensão da natureza humana e de seus ainda enigmáticos recônditos.

Perguntas são impostas à luz de teóricos que buscam iluminar esses recônditos. O burlador sedutor não seria mais que a expressão de uma alma homossexual? Por aí vai determinada interpretação psicanalítica, enquanto o próprio Jorge Araujo, discordante disso, indaga se “não seria um perfil mais humano da própria tragédia pessoal: a angustiada procura de infinitos?”

Em seu caminho pedregoso o ensaísta procede a análises e revisões sobre a marca do erótico em expressiva extensão da literatura universal de ocidente a oriente, procurando enxergá-la em sua intenção com os interditos estabelecidos pelas religiões, pelas crenças e pelos costumes. Essa visão leva naturalmente ao sentido da transgressão. E daí estaria o don juanismo.

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Obra de fôlego, em que o autor procede a uma rigorosa revisão da presença de Don Juan na literatura ocidental e, especificamente, na literatura brasileira.

Do Penhor À Pena: Estudos Do Mito De Don Juan, Desdobramentos E Equivalências, de Jorge de Souza Araujo, parece-nos predestinado a ocupar espaço singular na moderna ensaística brasileira e, quiçá, universal. Trabalho tão extenso quanto denso revelar-nos-ia, se já não conhecêssemos o autor e sua obra, um pesquisador incrivelmente apaixonado e um exegeta incansável.

A figura do Don Juan, aqui tão intelectualmente trabalhada, suportada em teorias e interpretações de nomes qualificados em várias esferas do conhecimento, passando pela crítica literária, pela psicanálise, pela filosofia e pela antropologia é, na verdade, figura incrustada no universo dos mortais comuns, alvo de observações irônicas e, na maioria das vezes, obviamente pejorativas.

O nosso ensaísta percorre em várias direções, das territoriais às subjetivas, a presença desse sedutor e encantador – o Don Juan – mas essencialmente “falso” em suas ações e intenções.

Don Juan, o burlador, demonstra-nos Jorge Araujo, presentifica-se em todas as culturas. Logicamente, nesse cotejo a que se propôs o autor, o don Juan Tenório tem a sua intenção primeira.

E a partir daí, dessa presença em todas as culturas, o autor passa a indagá-lo sob os aspectos do mito (discutindo-o com significativa amplitude), vinculando-o ao erótico e às clássicas antinomias do profano e do sagrado, do humano e do divino.

Assim, a figura do sedutor burlesco, elevada a “mito do eterno sedutor”, consagrada no imaginário coletivo, ganha relevo ao abrir-se como possibilidade de maior compreensão da natureza humana e de seus ainda enigmáticos recônditos.

Perguntas são impostas à luz de teóricos que buscam iluminar esses recônditos. O burlador sedutor não seria mais que a expressão de uma alma homossexual? Por aí vai determinada interpretação psicanalítica, enquanto o próprio Jorge Araujo, discordante disso, indaga se “não seria um perfil mais humano da própria tragédia pessoal: a angustiada procura de infinitos?”

Em seu caminho pedregoso o ensaísta procede a análises e revisões sobre a marca do erótico em expressiva extensão da literatura universal de ocidente a oriente, procurando enxergá-la em sua intenção com os interditos estabelecidos pelas religiões, pelas crenças e pelos costumes. Essa visão leva naturalmente ao sentido da transgressão. E daí estaria o don juanismo.

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