A modernidade, na medida em que avança, parece instaurar uma temporalidade marcada por mudanças aceleradas e sentimentos de transitoriedade. Tudo faz parecer passageiro. A memória é permutada pelo esquecimento das coisas e das relações pessoais, com aparência de descartável.
A atmosfera existente é de alterações na dinâmica da realidade. Em minutos, tudo acontece e tudo parece superado. Outros ritmos, muitas alterações, mas não podemos negá-la (a modernidade) só por suas contradições. Podemos vê-la como uma possibilidade.
É necessário por magias e encantamentos.
É preciso ir para frente, buscando novo caminhar, desbravando o mundo e intercambiando experiências, palpites, aconselhamento…, só assim emerge a memória.
As experiências de projetos pessoais ou coletivos são a matéria viva para não deixar a memória de uma sociedade morrer.
Nesse sentido, esta revista tem a pretensão de apresentar a experiência do Projeto Justiça Cidadã, trazendo uma série de fragmentos escritos pelos profissionais que compõem o programa, apresentando sua prática nesses sete anos de existência.
A sistematização do projeto contribui não somente para sua memória, como também para a adequação de suas ações. A Formação, a Sistematização e a Memória representam o tripé que orienta a proposta pedagógica do projeto, objetivando dar visibilidade, legitimidade e responsabilidade política às suas ações.
Diante de um desafio imenso de realizar uma parceria entre a sociedade civil e o poder público local − Prefeitura da Cidade do Recife − na construção de uma política pública, é com satisfação que o Gajop disponibiliza a reflexão da prática interdisciplinar do Justiça Cidadã, chamando todos a mergulhar na memória do projeto.
O projeto foi inicialmente criado como uma Assistência Jurídica gratuita aos cidadãos. Buscando melhorar a qualidade do serviço que já era oferecido pela Prefeitura nos anos anteriores, assim como facilitar o acesso da população a tal. Núcleos foram criados de forma descentralizada e com um novo enfoque: priorizar a defesa e garantia dos direitos humanos e a prevenção da violência. Nesse primeiro momento, o papel do Gajop era realizar o acompanhamento sistemático das ações de assistência judiciária dos núcleos descentralizados, bem como do processo de capacitação e gerenciamento dos técnicos.
Justiça Cidadã: Uma Experiência De Mediação De Conflitos Em Direitos Humanos
- Ciências Sociais, Direito
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