Introdução À Literatura Fantástica

A expressão “literatura fantástica” se refere a uma variedade da literatura ou, como se diz normalmente, a um gênero literário. O exame de obras literárias do ponto de vista de um gênero é uma empreita muito particular.


O que aqui tentamos é descobrir uma regra que funcione através de vários textos e nos permita lhes aplicar o nome de “obras fantásticas” e não o que cada um deles tem de específico. Estudar A pele de onagro do ponto de vista  gênero fantástico, não é o mesmo que estudar este livro em si próprio, no conjunto da obra balzaquiana, ou no da literatura contemporânea.
O conceito de gênero é, pois, fundamental para a discussão que iniciaremos. Por tal motivo, é necessário começar por esclarecer e precisar este conceito, mesmo que um trabalho desta índole nos afaste, aparentemente, do fantástico em si.
A idéia de gênero implica acima de tudo diversas perguntas; felizmente, algumas delas se dissipam assim que as formulam de maneira explícita. Está aqui a primeira: temos o direito de discutir um gênero sem ter estudado (ou pelo menos lido) todas as obras que o constituem?
O universitário que nos formula esta pergunta, poderia adicionar que os catálogos da literatura fantástica compreendem milhares de títulos. Dali, não há mais que um passo até a imagem do estudante laborioso, sepultado sob uma montanha de livros que deverá ler a razão de três por dia, açoitado pela idéia de que sem parar, se seguem escrevendo novos textos e que sem dúvida, nunca chegará a absorver todos.
Mas um dos primeiros traços  do método científico consiste em que este, não exige a observação de todas as instâncias de um fenômeno para poder descrevê-lo. Procede-se melhor por dedução. De fato, destaca-se um número relativamente limitado de ocorrências, extrai-se delas uma hipótese geral que logo se verifica em outras obras, corrigindo-a (ou rechaçando-a).
Qualquer que seja o número de fenômenos estudados (neste caso, de obras), não estaremos autorizados a deduzir deles leis universais; o pertinente não é a quantidade de observações, se não, exclusivamente a coerência lógica da teoria.

  

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A expressão “literatura fantástica” se refere a uma variedade da literatura ou, como se diz normalmente, a um gênero literário. O exame de obras literárias do ponto de vista de um gênero é uma empreita muito particular.
O que aqui tentamos é descobrir uma regra que funcione através de vários textos e nos permita lhes aplicar o nome de “obras fantásticas” e não o que cada um deles tem de específico. Estudar A pele de onagro do ponto de vista  gênero fantástico, não é o mesmo que estudar este livro em si próprio, no conjunto da obra balzaquiana, ou no da literatura contemporânea.
O conceito de gênero é, pois, fundamental para a discussão que iniciaremos. Por tal motivo, é necessário começar por esclarecer e precisar este conceito, mesmo que um trabalho desta índole nos afaste, aparentemente, do fantástico em si.
A idéia de gênero implica acima de tudo diversas perguntas; felizmente, algumas delas se dissipam assim que as formulam de maneira explícita. Está aqui a primeira: temos o direito de discutir um gênero sem ter estudado (ou pelo menos lido) todas as obras que o constituem?
O universitário que nos formula esta pergunta, poderia adicionar que os catálogos da literatura fantástica compreendem milhares de títulos. Dali, não há mais que um passo até a imagem do estudante laborioso, sepultado sob uma montanha de livros que deverá ler a razão de três por dia, açoitado pela idéia de que sem parar, se seguem escrevendo novos textos e que sem dúvida, nunca chegará a absorver todos.
Mas um dos primeiros traços  do método científico consiste em que este, não exige a observação de todas as instâncias de um fenômeno para poder descrevê-lo. Procede-se melhor por dedução. De fato, destaca-se um número relativamente limitado de ocorrências, extrai-se delas uma hipótese geral que logo se verifica em outras obras, corrigindo-a (ou rechaçando-a).
Qualquer que seja o número de fenômenos estudados (neste caso, de obras), não estaremos autorizados a deduzir deles leis universais; o pertinente não é a quantidade de observações, se não, exclusivamente a coerência lógica da teoria.

  

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