Quando Os Fatos Mudam: Ensaios 1995-2010

Para mim, a única maneira de escrever esta introdução é procurar separar o homem das ideias. De outro modo, acabo sendo atraída de volta ao homem a quem amei e com quem fui casada de 1993 até a sua morte,

em 2010, em vez de seguir em frente, rumo às suas ideias. Ao ler estes ensaios, espero que vocês também centrem seu foco nas ideias, porque são boas e foram escritas de boa-fé. “De boa-fé” talvez tenha sido a expressão favorita de Tony, seu padrão de excelência a ser perseguido, e ele procurava fazer jus a ele em tudo o que escrevia. O que ele entendia por isso — estou convencida — era escrever de modo a evitar todo tipo de calculismo e manipulação, fosse intelectual ou de qualquer outra natureza. Uma ponderação, feita em termos limpos, claros e honestos.

Este é um livro a respeito da nossa era. O arco assume um sentido descendente: das alturas da esperança e das possibilidades abertas pelas revoluções de 1989 para a confusão, a devastação e a perda representadas pelo Onze de Setembro, pela Guerra do Iraque, pelo aprofundamento da crise no Oriente Médio e — como via Tony — pela decadência que a república americana impunha a si mesma. À medida que os fatos foram mudando e os acontecimentos se desenrolando, Tony se descobriu progressiva e dolorosamente remando contra a corrente, lutando com toda a força do seu intelecto para desviar — por menos que fosse — o barco das ideias numa direção diferente. Essa história termina de forma abrupta, com sua morte prematura.

Para mim, este também é um livro muito pessoal, já que “a nossa era” foi também “a minha era” com Tony: os primeiros ensaios datam dos anos do início de nosso casamento e do nascimento de nosso filho, Daniel, e avançam pelo tempo em que vivemos juntos em Viena, Paris, Nova York, passando pelo nascimento de Nicholas e pelo amadurecimento de nossa família. Nossa vida em comum teve início, não por acaso, com a queda do comunismo, em 1989: eu era estudante da graduação na New York University, onde Tony lecionava. No verão de 1991, viajei através da Europa Central e, ao voltar, estava disposta a aprender mais sobre ela. Fui aconselhada a desenvolver um estudo paralelo com Tony Judt.

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Para mim, a única maneira de escrever esta introdução é procurar separar o homem das ideias. De outro modo, acabo sendo atraída de volta ao homem a quem amei e com quem fui casada de 1993 até a sua morte, em 2010, em vez de seguir em frente, rumo às suas ideias. Ao ler estes ensaios, espero que vocês também centrem seu foco nas ideias, porque são boas e foram escritas de boa-fé. “De boa-fé” talvez tenha sido a expressão favorita de Tony, seu padrão de excelência a ser perseguido, e ele procurava fazer jus a ele em tudo o que escrevia. O que ele entendia por isso — estou convencida — era escrever de modo a evitar todo tipo de calculismo e manipulação, fosse intelectual ou de qualquer outra natureza. Uma ponderação, feita em termos limpos, claros e honestos.

Este é um livro a respeito da nossa era. O arco assume um sentido descendente: das alturas da esperança e das possibilidades abertas pelas revoluções de 1989 para a confusão, a devastação e a perda representadas pelo Onze de Setembro, pela Guerra do Iraque, pelo aprofundamento da crise no Oriente Médio e — como via Tony — pela decadência que a república americana impunha a si mesma. À medida que os fatos foram mudando e os acontecimentos se desenrolando, Tony se descobriu progressiva e dolorosamente remando contra a corrente, lutando com toda a força do seu intelecto para desviar — por menos que fosse — o barco das ideias numa direção diferente. Essa história termina de forma abrupta, com sua morte prematura.

Para mim, este também é um livro muito pessoal, já que “a nossa era” foi também “a minha era” com Tony: os primeiros ensaios datam dos anos do início de nosso casamento e do nascimento de nosso filho, Daniel, e avançam pelo tempo em que vivemos juntos em Viena, Paris, Nova York, passando pelo nascimento de Nicholas e pelo amadurecimento de nossa família. Nossa vida em comum teve início, não por acaso, com a queda do comunismo, em 1989: eu era estudante da graduação na New York University, onde Tony lecionava. No verão de 1991, viajei através da Europa Central e, ao voltar, estava disposta a aprender mais sobre ela. Fui aconselhada a desenvolver um estudo paralelo com Tony Judt.

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