O Catolicismo No Brasil: Um Campo Para A Pesquisa Social

Os estudos de sociologia da religião, conquanto floresçam noutros países, como que não existem ainda no Brasil. Os nossos sociólogos se têm ocupado das estruturas fundamentais da nossa sociedade,

desde a família ao Estado, e da interação social nos planos político, econômico, jurídico, educacional; da vida urbana e rural, da ecologia, da sociologia do conhecimento dos contatos raciais, da demografia, dos aspectos sociais da medicina e da puericultura, da imigração, da delinqüência, da arte, das lutas políticas e de família.
Não há nenhum território social que não tenha sido percorrido, em maior ou menor extensão e profundidade, muito embora estejam ainda por estudar realmente muitos dos aspectos da nossa sociedade, entre os quais destaco, por sua importância e pela imperativa urgência de conhecimentos a respeito dos mesmos, a família e a estratificação social em suas múltiplas facetas estruturais e funcionais.
Essa é, certamente, uma das lacunas maiores dos nossos estudos sociais. O que sabemos sobre tais temas é fragmentário e baseia-se, quase unicamente, no modo de pensar individual dos que escrevem sobre os mesmos. Quando redigiu o seu artigo sobre a família, para Brasil, Portrait of hall a Continent, de Lynn Smith e A. Marchant, teve Antônio Cândido que valer-se dos seus próprios recursos para construir da base, porque praticamente nada havia sobre o assunto.
Nos volumes da União Pan-Americana, organizados por Theo Crevenna, sobre a classe média na América Latina, o único estudo brasileiro é uma reconstrução histórica de Lucila Hermann sobre os grupos econômicos de Guaratinguetá.
Os que nos últimos tempos estudaram as relações de raças, a estratificação e mobilidade social em função dos nossos tipos físicos, tiveram igualmente que arquitetar e armar, quase exclusivamente por meio de critérios econômicos de distribuição da população por grupos de atividade e de renda, esquemas de referência que pudessem servir, com todas as suas deficiências, aos fins daquelas investigações.
A dificuldade que, nesse particular, experimentou Donald Piersor, em 1935-37, na Bahia, vim a encontrar em 1951, o mesmo sucedendo a Roger Bastide, Florestan Fernandes e Virgínia Bicudo, em São Paulo, a L.A. Costa Pinto, no Distrito Federal, a Charles Wagley na Amazônia e, com certeza, a Renê Ribeiro em Recife, e, na zona rural baiana, a Marvin Harris, Ben Zimmerman e Harry W. Hutchinson.
Realmente, estamos apenas começando, por aqueles e outros expedientes, a nos aproximar de uma caracterização econômica dos estratos da nossa sociedade, mas sabemos pouquíssimo da estrutura íntima, da tipologia, da dinâmica, das ideologias daquelas camadas ou compartimentos do nosso espaço social. A mesma coisa se pode
dizer da família.

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Os estudos de sociologia da religião, conquanto floresçam noutros países, como que não existem ainda no Brasil. Os nossos sociólogos se têm ocupado das estruturas fundamentais da nossa sociedade, desde a família ao Estado, e da interação social nos planos político, econômico, jurídico, educacional; da vida urbana e rural, da ecologia, da sociologia do conhecimento dos contatos raciais, da demografia, dos aspectos sociais da medicina e da puericultura, da imigração, da delinqüência, da arte, das lutas políticas e de família.
Não há nenhum território social que não tenha sido percorrido, em maior ou menor extensão e profundidade, muito embora estejam ainda por estudar realmente muitos dos aspectos da nossa sociedade, entre os quais destaco, por sua importância e pela imperativa urgência de conhecimentos a respeito dos mesmos, a família e a estratificação social em suas múltiplas facetas estruturais e funcionais.
Essa é, certamente, uma das lacunas maiores dos nossos estudos sociais. O que sabemos sobre tais temas é fragmentário e baseia-se, quase unicamente, no modo de pensar individual dos que escrevem sobre os mesmos. Quando redigiu o seu artigo sobre a família, para Brasil, Portrait of hall a Continent, de Lynn Smith e A. Marchant, teve Antônio Cândido que valer-se dos seus próprios recursos para construir da base, porque praticamente nada havia sobre o assunto.
Nos volumes da União Pan-Americana, organizados por Theo Crevenna, sobre a classe média na América Latina, o único estudo brasileiro é uma reconstrução histórica de Lucila Hermann sobre os grupos econômicos de Guaratinguetá.
Os que nos últimos tempos estudaram as relações de raças, a estratificação e mobilidade social em função dos nossos tipos físicos, tiveram igualmente que arquitetar e armar, quase exclusivamente por meio de critérios econômicos de distribuição da população por grupos de atividade e de renda, esquemas de referência que pudessem servir, com todas as suas deficiências, aos fins daquelas investigações.
A dificuldade que, nesse particular, experimentou Donald Piersor, em 1935-37, na Bahia, vim a encontrar em 1951, o mesmo sucedendo a Roger Bastide, Florestan Fernandes e Virgínia Bicudo, em São Paulo, a L.A. Costa Pinto, no Distrito Federal, a Charles Wagley na Amazônia e, com certeza, a Renê Ribeiro em Recife, e, na zona rural baiana, a Marvin Harris, Ben Zimmerman e Harry W. Hutchinson.
Realmente, estamos apenas começando, por aqueles e outros expedientes, a nos aproximar de uma caracterização econômica dos estratos da nossa sociedade, mas sabemos pouquíssimo da estrutura íntima, da tipologia, da dinâmica, das ideologias daquelas camadas ou compartimentos do nosso espaço social. A mesma coisa se pode
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