A Cultura E Seu Contrário

A Cultura E Seu Contrário: Cultura, Arte E Política Pós-2001 - As duas últimas décadas do século XX viram a ascensão da ideia de cultura a um duplo primeiro plano: o das políticas públicas e o do mercado, neste caso de um modo ainda mais intenso que antes.
O papel de cimento social antes exercido pela ideologia e pela religião, corroídas em particular na chamada civilização ocidental, embora não neutralizadas, foi sendo gradualmente assumido pela cultura, tanto nos Estados pós-coloniais como, em seguida, nas nações subdesenvolvidas às voltas com os desafios da globalização e decididas ou resignadas a encontrar na identidade cultural uma válvula de escape.

Do lado do mercado, o vertiginoso crescimento do audiovisual (cinema, vídeo, música) colocou a cultura numa situação sem precedentes no elenco das fontes de riqueza nacional.
E a esse cenário, no primeiro ano do século XX, os atentados terroristas realizados em território norte americano acrescentaram novos elementos. A questão cultural assumiu contornos inéditos que expuseram seus componentes de negatividade ali onde antes se costumava enxergar apenas positividades. Antigas concepções de cultura revelam-se inadequadas, ao mesmo tempo em que um processo de domesticação da cultura torna se necessário redefini-la diante de pelo menos uma outra dimensão humana antes por ela abrangida: a arte.
A Cultura E Seu Contrário busca apanhar a cultura contemporânea em algumas de suas manifestações contraditórias — entre elas, o grande contraditório da cultura que é a arte, aquilo que acima de tudo se busca domesticar — e figurá-la ali em seus pontos cegos, aqueles pontos, como sugere Terry Eagleton, onde a cultura encontra, dentro de si, seu contrário (ou seu duplo) ou ali onde deixa de ser aquilo que é e que aparentemente é — em seus cruzamentos com aquilo dela que aparentemente não é ela mas que, claro, é ela também.
Os ensaios de A Cultura E Seu Contrário revelam-se quase certamente modos de uma consideração intempestiva da cultura, divergente da hoje predominante em mais de um espectro político e que segue um princípio investigativo que talvez possa ser denominado de genealogia da cultura e da arte. Mas, tratar intempestivamente a cultura talvez seja um modo privilegiado de livrá-la dos trilhos rígidos em que se tem buscado colocá-la e devolver-lhe a capacidade heurística que, em condições normais, fica restrita apenas a um de seus domínios, o da arte (e que, se ficar restrita à arte, que o seja então de modo aprofundado).

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A Cultura E Seu Contrário: Cultura, Arte E Política Pós-2001

– As duas últimas décadas do século XX viram a ascensão da ideia de cultura a um duplo primeiro plano: o das políticas públicas e o do mercado, neste caso de um modo ainda mais intenso que antes.
O papel de cimento social antes exercido pela ideologia e pela religião, corroídas em particular na chamada civilização ocidental, embora não neutralizadas, foi sendo gradualmente assumido pela cultura, tanto nos Estados pós-coloniais como, em seguida, nas nações subdesenvolvidas às voltas com os desafios da globalização e decididas ou resignadas a encontrar na identidade cultural uma válvula de escape. Do lado do mercado, o vertiginoso crescimento do audiovisual (cinema, vídeo, música) colocou a cultura numa situação sem precedentes no elenco das fontes de riqueza nacional.
E a esse cenário, no primeiro ano do século XX, os atentados terroristas realizados em território norte americano acrescentaram novos elementos. A questão cultural assumiu contornos inéditos que expuseram seus componentes de negatividade ali onde antes se costumava enxergar apenas positividades. Antigas concepções de cultura revelam-se inadequadas, ao mesmo tempo em que um processo de domesticação da cultura torna se necessário redefini-la diante de pelo menos uma outra dimensão humana antes por ela abrangida: a arte.
A Cultura E Seu Contrário busca apanhar a cultura contemporânea em algumas de suas manifestações contraditórias — entre elas, o grande contraditório da cultura que é a arte, aquilo que acima de tudo se busca domesticar — e figurá-la ali em seus pontos cegos, aqueles pontos, como sugere Terry Eagleton, onde a cultura encontra, dentro de si, seu contrário (ou seu duplo) ou ali onde deixa de ser aquilo que é e que aparentemente é — em seus cruzamentos com aquilo dela que aparentemente não é ela mas que, claro, é ela também.
Os ensaios de A Cultura E Seu Contrário revelam-se quase certamente modos de uma consideração intempestiva da cultura, divergente da hoje predominante em mais de um espectro político e que segue um princípio investigativo que talvez possa ser denominado de genealogia da cultura e da arte. Mas, tratar intempestivamente a cultura talvez seja um modo privilegiado de livrá-la dos trilhos rígidos em que se tem buscado colocá-la e devolver-lhe a capacidade heurística que, em condições normais, fica restrita apenas a um de seus domínios, o da arte (e que, se ficar restrita à arte, que o seja então de modo aprofundado).

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