Os invernos da ilha é um livro de aventura, como não há no Brasil, que reúne um herói atormentado (e logo apaixonado), uma ilha fria e hostil escolhida como exílio (num convento misterioso), a descoberta de um diário de piratas (e, assim, a reconstrução de uma incrível história de corsários) e a busca por um tesouro escondido. Como diz Martim Vasques da Cunha no texto de orelha: “Rodrigo já pertence à categoria dos mestres. Os invernos da ilha costura Wallace Stevens, Melville, Conrad, Patrick O’Brien, os filmes de Indiana Jones, Os Goonies – sobrando até mesmo para o compositor Rachmaninoff –, com tamanha habilidade, que o leitor ficará atônito ao perceber que, no meio disto tudo, há a alegria de narrar uma verdadeira história”.

Tormentas de mar, enganos da terra. Entre danos colaterais e a guerra, não peço fúrias grandes e sonorosas, nem sons altos sublimados. Mas apenas ser claro e não aborrecer. Musa, aponta as causas: e canta-me a cólera de corsários e monges, subidas e quedas num só dia, a coragem e a covardia, a justiça de reis antigos. Ao menos, para que a verdade não se perca em ruínas da memória, em fantasias de falsa glória. Dai-me iluminar o inverno e recolher espinhos, rir de exageros — e de desesperos — que ficaram para trás. Respirar fundo, organizar os arcos dessa espiral, e contar, a quem quiser ouvir, os eventos extraordinários que se passaram.