Razão Em Transe

Tal como a coerência entre ética e estética que Glauber Rocha buscou, Razão Em Transe obedece ao pressuposto de adequação entre o tema e o tratamento dele.

Neste livro, o autor discute e coloca em questão os diferentes e possíveis sentidos em torno da identificação do cinema de Glauber Rocha com a estética barroca, especialmente após a realização do filme Terra em transe (1967), demonstrando seus limites e abrangências, sucessos e impasses.

Ao apresentar uma crítica cuidadosa e acurada, Rodrigo Cássio Oliveira conquista em sua narrativa algo sempre desejado por muitos teóricos, mas nem sempre alcançável, pois, apesar da referência a inúmeros escritores de diferentes perspectivas e áreas de estudo, o autor nunca perde de vista o objeto de análise, e constrói assim um texto coeso, inteligente e instigante. Vale destacar a habilidade do texto em desmontar supostas ambiguidades e contradições frequentemente apontadas no pensamento do cineasta brasileiro, as quais, conclui o autor, longe de desautorizá-lo, acusam a inabilidade de muitos teóricos para pensar dialeticamente.

De certa forma, tal como a coerência entre ética e estética que Glauber Rocha buscou incansavelmente, Razão Em Transe obedece ao pressuposto de adequação entre o tema e o tratamento dele.

Tanto em Glauber Rocha como em Rodrigo Cássio Oliveira, o Brasil e a América Latina são configurações enigmáticas, de difícil penetração e entendimento, avessas a qualquer intento de simplificação, o que justifica e legitima a trajetória labiríntica, barroca, de ambos os autores.

Seguindo os rastros de Glauber Rocha, Rodrigo chega ao centro desse labirinto: a defasagem como produtividade, ou o aspecto positivo da modernização, que é sempre tortuosa e enviesada no país assim como no continente. A defasagem da modernização latino-americana é também o espaço da engenhosidade barroca - el ingenio –, para onde confluem diferentes espaço-tempos, histórias, culturas, línguas, e que constroem esse texto complexo e de difícil tradução chamado Brasil.

Por isso, a importância da arte, de todas as turas , pintura, escultura, escritura – e, com todas elas juntas, do CINEMA –, para dar conta do intraduzível, do enigma sob a forma da alegoria barroca, evidenciada no livro pela competente leitura dos filmes de Glauber Rocha.

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Ao apresentar uma crítica cuidadosa e acurada, Rodrigo Cássio Oliveira conquista em sua narrativa algo sempre desejado por muitos teóricos, mas nem sempre alcançável, pois, apesar da referência a inúmeros escritores de diferentes perspectivas e áreas de estudo, o autor nunca perde de vista o objeto de análise, e constrói assim um texto coeso, inteligente e instigante. Vale destacar a habilidade do texto em desmontar supostas ambiguidades e contradições frequentemente apontadas no pensamento do cineasta brasileiro, as quais, conclui o autor, longe de desautorizá-lo, acusam a inabilidade de muitos teóricos para pensar dialeticamente.

De certa forma, tal como a coerência entre ética e estética que Glauber Rocha buscou incansavelmente, Razão Em Transe obedece ao pressuposto de adequação entre o tema e o tratamento dele.

Tanto em Glauber Rocha como em Rodrigo Cássio Oliveira, o Brasil e a América Latina são configurações enigmáticas, de difícil penetração e entendimento, avessas a qualquer intento de simplificação, o que justifica e legitima a trajetória labiríntica, barroca, de ambos os autores.

Seguindo os rastros de Glauber Rocha, Rodrigo chega ao centro desse labirinto: a defasagem como produtividade, ou o aspecto positivo da modernização, que é sempre tortuosa e enviesada no país assim como no continente. A defasagem da modernização latino-americana é também o espaço da engenhosidade barroca – el ingenio –, para onde confluem diferentes espaço-tempos, histórias, culturas, línguas, e que constroem esse texto complexo e de difícil tradução chamado Brasil.

Por isso, a importância da arte, de todas as turas , pintura, escultura, escritura – e, com todas elas juntas, do CINEMA –, para dar conta do intraduzível, do enigma sob a forma da alegoria barroca, evidenciada no livro pela competente leitura dos filmes de Glauber Rocha.

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