Desenvolvimento, Utopias E Indigenismo Latino-Americano

Desenvolvimento, Utopias E Indigenismo Latino-Americano examina o lugar dos povos indígenas internamente aos planos de desenvolvimento.

Este livro é uma contribuição ao debate sobre desenvolvimento, especialmente por considerar os cenários onde muitas das suas contradições aparecem claramente que são aqueles envolvendo os destinos das populações indígenas.

Certamente, podemos compreender o papel político que a noção de etnodesenvolvimento, central para o desenrolar dos argumentos do autor, teve e ainda tem. Entretanto, é claramente um oximoro, cujo limite é a suposta universalidade do desejo pelo desenvolvimento por todos os povos. E aqui, mais uma vez, este livro é de grande valia.

Ricardo Verdum examina o lugar dos povos indígenas internamente aos planos de desenvolvimento tanto por meio da crítica interpretativa quanto pela análise de dois projetos importantes, um no Equador e outro no Brasil.

Na verdade, em últimas instância, nos deparamos com uma ambivalência clássica e inerente ao drama desenvolvimentista: o sequestro da capacidade da população local de ser sujeita do seu próprio destino frente a planejadores supostamente clarividentes, ou, dito de outra forma, a intensidade do que se poderia chamar de um vetor integracionista vis-à-vis a comunidade nacional em contraste com um vetor autonomista.

Do “indigenismo integracionista clássico” mexicano, influente em toda América Latina, passando pelo Programa Indigenista Andino e por projetos de desenvolvimento desenhados pela cooperação internacional e por poderosas agências multilaterais, o livro nos descreve um panorama complexo sempre referenciado no quadro mais amplo e global da produção e disseminação de modelos de desenvolvimento.

Do seu âmbito, também surge uma visão igualmente complexa do Estado nacional, dos seus aparatos, processos e do seu exercício de poder em um campo no qual abunda a ação de intermediários.

O autor de Desenvolvimento, Utopias E Indigenismo Latino-Americano tem uma peculiaridade que merece ser mencionada visto que ela é perceptível na escolha e no tratamento do tema. Ricardo Verdum tem se destacado há décadas pelo seu trabalho em defesa dos povos indígenas.

Em sintonia com as melhores correntes do pensamento antropológico brasileiro e do envolvimento político dos nossos antropólogos com os destinos das populações locais, Ricardo sempre conjugou sua militância com um rigor acadêmico fundamentado na literatura e na teoria. Isso permitiu com que sua prática política seja antropologicamente informada e com que sua antropologia seja politicamente informada.

O leitor perceberá claramente esta qualidade central em Desenvolvimento, Utopias E Indigenismo Latino-Americano, algo que o torna uma leitura indispensável não apenas para todos que se importam com a questão indígena mas também para todos que querem compreender os meandros, as relações e contradições do grande campo desenvolvimentista em um momento altamente marcado pela crença na capacidade reformista de ideologias e utopias como a do “desenvolvimento sustentável “.

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Desenvolvimento, Utopias E Indigenismo Latino-Americano examina o lugar dos povos indígenas internamente aos planos de desenvolvimento.

Este livro é uma contribuição ao debate sobre desenvolvimento, especialmente por considerar os cenários onde muitas das suas contradições aparecem claramente que são aqueles envolvendo os destinos das populações indígenas.

Certamente, podemos compreender o papel político que a noção de etnodesenvolvimento, central para o desenrolar dos argumentos do autor, teve e ainda tem. Entretanto, é claramente um oximoro, cujo limite é a suposta universalidade do desejo pelo desenvolvimento por todos os povos. E aqui, mais uma vez, este livro é de grande valia.

Ricardo Verdum examina o lugar dos povos indígenas internamente aos planos de desenvolvimento tanto por meio da crítica interpretativa quanto pela análise de dois projetos importantes, um no Equador e outro no Brasil.

Na verdade, em últimas instância, nos deparamos com uma ambivalência clássica e inerente ao drama desenvolvimentista: o sequestro da capacidade da população local de ser sujeita do seu próprio destino frente a planejadores supostamente clarividentes, ou, dito de outra forma, a intensidade do que se poderia chamar de um vetor integracionista vis-à-vis a comunidade nacional em contraste com um vetor autonomista.

Do “indigenismo integracionista clássico” mexicano, influente em toda América Latina, passando pelo Programa Indigenista Andino e por projetos de desenvolvimento desenhados pela cooperação internacional e por poderosas agências multilaterais, o livro nos descreve um panorama complexo sempre referenciado no quadro mais amplo e global da produção e disseminação de modelos de desenvolvimento.

Do seu âmbito, também surge uma visão igualmente complexa do Estado nacional, dos seus aparatos, processos e do seu exercício de poder em um campo no qual abunda a ação de intermediários.

O autor de Desenvolvimento, Utopias E Indigenismo Latino-Americano tem uma peculiaridade que merece ser mencionada visto que ela é perceptível na escolha e no tratamento do tema. Ricardo Verdum tem se destacado há décadas pelo seu trabalho em defesa dos povos indígenas.

Em sintonia com as melhores correntes do pensamento antropológico brasileiro e do envolvimento político dos nossos antropólogos com os destinos das populações locais, Ricardo sempre conjugou sua militância com um rigor acadêmico fundamentado na literatura e na teoria. Isso permitiu com que sua prática política seja antropologicamente informada e com que sua antropologia seja politicamente informada.

O leitor perceberá claramente esta qualidade central em Desenvolvimento, Utopias E Indigenismo Latino-Americano, algo que o torna uma leitura indispensável não apenas para todos que se importam com a questão indígena mas também para todos que querem compreender os meandros, as relações e contradições do grande campo desenvolvimentista em um momento altamente marcado pela crença na capacidade reformista de ideologias e utopias como a do “desenvolvimento sustentável “.

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