Theodor W. Adorno: A Atualidade Da Crítica Vol. I

O controle e a contenção do pensamento evoluem progressivamente. Seus métodos consistem em sitiar os âmbitos autênticos da crítica e substituí-los por discussões instrumentais que visam exclusivamente ao fortalecimento da lógica existente, esfriando a chama dialética da crítica.

Cada vez mais o pensamento daquilo que é toma mais fôlego, enquanto as possibilidades daquilo que poderia ser são sufocadas. A partir desse quadro, a necessidade da crítica assume como imperativo a sua própria vitalidade. Resta à crítica a tarefa de enfrentar a departamentalização do conhecimento no âmbito institucional propondo a realização de atividades capazes de reunir diferentes formações e perspectivas.
Esse posicionamento aparentemente subversivo é sua chance remota de revitalização.
Dado o contexto, torna-se fundamental que se mantenha viva a discussão sobre a atualidade da crítica, não como uma forma “de conservar o passado, mas de resgatar as esperanças pretéritas”, conforme afirmam Adorno e Horkheimer. Justamente em função disso, esse é o tema do I Congresso Internacional Theodor W. Adorno.
As filosofias de caráter idealista fracassaram em seu sonho esquizofrênico de fazer coincidir teoria e realidade. Nessa medida, a filosofia permanece viva, embora Adorno tenha observado que ela perdera o instante de sua realização. Ela permanece viva não para continuar uma tarefa impossível e patológica, mas justamente para desvelar as estruturas históricas e sociais que determinam a diferença entre o mundo que é e o mundo que poderia ser. Esse descompasso foi de algum modo identificado por Adorno, que percebeu a humanidade afundar em um novo tipo de barbárie. A humanidade verdadeiramente humanizada, enquanto aquilo que poderia ser, em contraposição à barbárie que ainda é, torna-se insígnia para a existência humana.
Nesse sentido, passados quase 70 anos da célebre afirmação – a qual Adorno compartilha com Horkheimer – sobre a permanência da barbárie na sociedade civilizada, percebe-se que as suas análises não perderam a vivacidade, entendida como capacidade de fazer refletir sobre a realidade. Ao contrário, o conjunto da obra adorniana cada vez mais faz sentido, tanto em nível nacional quanto internacional. A análise de sua filosofia, ao longo do tempo, mostra que o nervo do descompasso entre civilização e barbárie está cada vez mais exposto, por um lado, mas, por outro, cada vez menos considerado nas iniciativas institucionais para a civilização do mundo.

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O controle e a contenção do pensamento evoluem progressivamente. Seus métodos consistem em sitiar os âmbitos autênticos da crítica e substituí-los por discussões instrumentais que visam exclusivamente ao fortalecimento da lógica existente, esfriando a chama dialética da crítica. Cada vez mais o pensamento daquilo que é toma mais fôlego, enquanto as possibilidades daquilo que poderia ser são sufocadas. A partir desse quadro, a necessidade da crítica assume como imperativo a sua própria vitalidade. Resta à crítica a tarefa de enfrentar a departamentalização do conhecimento no âmbito institucional propondo a realização de atividades capazes de reunir diferentes formações e perspectivas.
Esse posicionamento aparentemente subversivo é sua chance remota de revitalização.
Dado o contexto, torna-se fundamental que se mantenha viva a discussão sobre a atualidade da crítica, não como uma forma “de conservar o passado, mas de resgatar as esperanças pretéritas”, conforme afirmam Adorno e Horkheimer. Justamente em função disso, esse é o tema do I Congresso Internacional Theodor W. Adorno.
As filosofias de caráter idealista fracassaram em seu sonho esquizofrênico de fazer coincidir teoria e realidade. Nessa medida, a filosofia permanece viva, embora Adorno tenha observado que ela perdera o instante de sua realização. Ela permanece viva não para continuar uma tarefa impossível e patológica, mas justamente para desvelar as estruturas históricas e sociais que determinam a diferença entre o mundo que é e o mundo que poderia ser. Esse descompasso foi de algum modo identificado por Adorno, que percebeu a humanidade afundar em um novo tipo de barbárie. A humanidade verdadeiramente humanizada, enquanto aquilo que poderia ser, em contraposição à barbárie que ainda é, torna-se insígnia para a existência humana.
Nesse sentido, passados quase 70 anos da célebre afirmação – a qual Adorno compartilha com Horkheimer – sobre a permanência da barbárie na sociedade civilizada, percebe-se que as suas análises não perderam a vivacidade, entendida como capacidade de fazer refletir sobre a realidade. Ao contrário, o conjunto da obra adorniana cada vez mais faz sentido, tanto em nível nacional quanto internacional. A análise de sua filosofia, ao longo do tempo, mostra que o nervo do descompasso entre civilização e barbárie está cada vez mais exposto, por um lado, mas, por outro, cada vez menos considerado nas iniciativas institucionais para a civilização do mundo.

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