
A partir da analise 11 obras clássicas da literatura ( autores – Maquiavel, Thomas More, Miguel de Cervantes, Daniel Defoe, Jonathan Swift, Richard Morse, Alejo Carpentier, Gabriel Gárcia Márquez, Shakespeare, Jorge Luis Borges, Ítalo Calvino) O Espelho Da América aponta os avanços teóricos na História da América. O período descrito é o da Primeira Modernidade da América (séculos XV-XVIII), e nele estão os conceitos e as categorias que permitem entender melhor os processos históricos e a dinâmica da construção das sociedades americanas.
Pretende-se com O Espelho Da América permitir, por meio da análise de clássicos da Literatura, contemporâneos da época histórica que se estuda, encontrar a alteridade e, através dela, encontrar as semelhanças e diferenças entre o meu eu e o eu do outro, daquele que tornei objeto do meu estudo.
É evidente que essa pretensão deixa de lado a exigência metodológica padronizada de isenção, distanciamento e objetividade. E a deixa de lado de forma metodológica. A meu ver, essa pretensão é impossível. Se há conhecimento, e é disso que estamos falando, de conhecimento da História, então esse conhecimento só pode realizar-se numa imbricada união entre sujeito e objeto.
O Espelho Da América está dividido em cinco partes temáticas: “Formas de narrar”, “Projetos políticos”, “Modernidade e Modernidades”, “Identidade e independência americanas”, e “Ofício do historiador”. Cada uma delas está dividida em vários capítulos, cujo fio condutor é uma obra da literatura ocidental, completando um total de 11 obras e dez autores.
Os temas e os capítulos em que a obra está dividida permitem-nos a análise de um conjunto de conceitos que se tornaram fulcrais em qualquer discussão sobre a História da América. Trata-se de refletir, antes de adentrar-nos nos conteúdos programáticos da História da América, sobre esses conceitos que marcaram de forma determinante as narrativas daqueles que a construíram: dos cronistas e dos historiadores que deram forma a uma narração histórica determinada, e dos homens e das relações criadas por eles, que foram objeto de estudo e análise desses cronistas e historiadores, e que deram vida a essa história.
