
Ao fazer uma breve análise etimológica das palavras ética e moral, Chauí relata que ambas possuem origens diferentes, mas relacionadas à mesma palavra, no caso, a palavra costume.
Segundo Chauí, a palavra ética é uma derivação do ethos ou costume em grego. Já a palavra moral, deriva-se de mores, ou costume em latim. Para Barros Filho e Pompeu, tanto ethos quanto mores possuem o mesmo significado: hábito ou prática recorrente.
Dessa forma, faz-se necessário descrever como os autores contemporâneos tratam desses dois conceitos. Sendo assim, ao longo do texto, aborda-se, primeiramente, a descrição dos autores com relação à moral.
Posteriormente, é abordado as perspectivas de diversos autores que demonstram posições distintas sobre como a ética é fundamentada, bem como qual é o seu papel.
Essa distinção colabora para o entendimento da não-simplicidade da ética, além de demonstrar que não existe um consenso teórico no meio acadêmico.
A presente obra visa realizar uma reflexão teórica com o intuito de responder se existe uma proximidade entre o campo de estudo da ética com o campo de estudo da economia, bem como se o debate econômico é um debate ético.
Para concretizar este empreendimento teórico, necessitou-se construir uma linha de raciocínio através de revisões bibliográficas de autores consagrados no mundo acadêmico voltados tanto para a filosofia, com a finalidade ética, quanto para economia.
Dentre os autores, destacam-se Cortina e Martinez com a contribuição para uma ética voltada à filosofia moral; Vázquez para uma ética como campo acadêmico cientifico; Sen com a emergência de aproximação dos estudos da ética e economia; e Rawls na reflexão do contrato social hipotético que se utiliza da reflexão ética-econômica como meio de construir uma alternativa que possibilite uma equidade social.
De modo geral, este livro reúne argumentos que visam desconstruir o constructo acadêmico que atribuiu à economia um caráter meramente positivista, onde o campo econômico apresenta-se como um campo imparcial das questões de reflexão moral e, consequentemente, distanciando-se das demandas normativas que, nos dias de hoje, são atribuídos somente ao campo de estudo da ética, mas que, outrora, apresentava-se também como uma demanda da economia.
