O conde Lev Nikoláievitch Tolstói nasceu em 28 de agosto (9 de setembro) de 1828, em Iássnaia Poliana, propriedade familiar de sua mãe, princesa Maria Volkónskaia, e foi criado no meio da alta sociedade russa.
Sua primeira novela autobiográfica, Infância, foi publicada em 1852, e logo, com 24 anos de idade, Tolstói foi consagrado como um dos jovens escritores mais promissores e talentosos.
Em 1862, o conde casa-se com a jovem, bonita e admirada Sófia Bers e começa a desfrutar da mais completa felicidade conjugal na paradisíaca Iássnaia Poliana.
Os filhos nasciam, um atrás do outro (Sófia deu à luz treze filhos), e a condessa ajudava Tolstói em sua criação literária passando a limpo milhares e milhares de páginas de manuscritos. Ainda jovem, o autor de Guerra e paz (1869) e de Anna Karênina (1877) conheceu extraordinária fama internacional.
Suas obras foram amplamente traduzidas e editadas no mundo inteiro. Tolstói mantinha correspondência e recebia em sua casa (que, no final do século XIX e início do século XX, tornou-se uma espécie de Meca artística e espiritual) escritores, músicos, filósofos e artistas, dentre os quais figuravam as personalidades mais conhecidas da época.
Parecia que o conde Tolstói já tinha alcançado tudo com que se pode sonhar: o reconhecimento unânime de seu talento literário e o amor da esposa, dos filhos, de seus camponeses e dos leitores… E, de repente, o escritor fica abalado por uma profunda crise espiritual: confessa que só pensava em suicídio.
Em 1879, Tolstói escreve uma obra autobiográfica, Confissão, que relata com impressionante sinceridade a via-crúcis das tormentas e dúvidas existenciais que tinha experimentado e como, no fim, conseguiu encontrar o caminho da iluminação espiritual, o que o fez mudar sua vida drasticamente.
Primeiro, o escritor quer se livrar de toda a propriedade e, principalmente, dos direitos autorais que eram estimados em uma fortuna verdadeiramente fabulosa – por volta de 10 milhões de rublos de ouro.
A condessa nunca conseguiu entender esse desejo tão excêntrico de seu marido de abrir mão de todos os bens, nem chegou a compartilhar o anseio de Tolstói de levar uma vida o mais simples possível, igual à de um camponês russo, e tampouco quis aceitar os novos amigos do marido, seus seguidores – os tolstoístas.
A partir daí, começou a se aprofundar o conflito familiar que instigaria Tolstói a fugir da casa onde viveu praticamente toda a vida e do casamento com a mulher com quem fora casado por 48 anos…
Tolstói: A Fuga Do Paraíso
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