
A democracia deve ser encarada como um conceito substantivo, em que o resultado da decisão deve respeitar a Constituição, que, por sua vez, originou-se também da decisão do povo. Em outras palavras, democracia não é apenas como, mas também o quê.
Se queremos democratizar a democracia e o sistema de justiça pátrio, precisamos ampliar direitos e evitar arroubos autoritários. É tempo de nos unir em torno da defesa da democracia, mas também da Constituição. Preciso deixar bem claro que “História não é bula de remédio nem produz efeitos rápidos de curta ou longa duração. Ajuda, porém, a tirar o véu do espanto e a produzir uma discussão mais crítica sobre nosso passado, nosso presente e o sonho de futuro”.
Entender essa aparente dicotomia é essencial para concluir que a democracia não pode ser utilizada como instrumento para destruir a própria democracia. Na democracia os limites são claros e expressos na Constituição Federal.
É na busca de tirar o véu do espanto que Democratas Do Mundo, Uni-vos busca registrar para o passado, o presente e o futuro, análises científicas de um país que por escolha das elites vem destruindo seu projeto de sociedade expresso na Constituição Federal e vilipendiando a recém, porém surrada, democracia brasileira.
As autoras e os autores se preocupam com as agruras e aspirações da sociedade brasileira, pois como afirma Boaventura de Sousa Santos cabe aos intelectuais de retaguarda o pensamento crítico, pois caso contrário “[…] os cidadãos estarão indefesos perante os únicos que sabem falar a sua linguagem e entender as suas inquietações. Em muitos países, esses são os pastores evangélicos conservadores ou os imãs do islamismo radical, apologistas da dominação capitalista, colonialista e patriarcal”.
Sendo assim, o livro Democratas Do Mundo, Uni-vos busca, por meio de doze artigos, refletir a história do tempo presente que, estranhamente, caminha lado a lado com a distopia. Como afirma Saramago “é necessário sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós”. Que estas leituras possam nos ajudar a sair do lugar comum.
