A Alma Do Homem Sob O Socialismo

Oscar Wilde, além da arte, tinha posições bem definidas sobre outros assuntos, não somente quando escreveu na prisão e depois de ter cumprido sua pena, mas igualmente no auge de sua carreira literária, quando publicou, em The Fortnightly Review, A alma do homem sob o socialismo.


Neste ensaio não faltam epigramas e frases usadas com o mesmo efeito que em suas mais divertidas comédias (“A desobediência é, aos olhos de qualquer estudioso de História, a virtude original do homem”; “A caridade cria uma legião de pecados”; “Egoísmo não significa viver como se deseja, mas sim pedir aos outros que vivam como se deseja”; “Os Lordes temporais nada dizem, os Lordes espirituais nada têm a dizer, e a Câmara dos Comuns nada tem a dizer e o diz”; “Em séculos passados, o público expunha as orelhas dos jornalistas no pelourinho. O que era horrível. Neste século, os jornalistas ficam de orelha em pé atrás das portas. O que é ainda pior.”), mas A alma do homem é o único trabalho anterior ao seu aprisionamento que mostra interesse tanto por questões como liberdade, autoridade, individualismo e política quanto pela arte.
Ao ser publicado pela primeira vez, este ensaio também contribuiu para um debate animado que acontecia nos periódicos da época, onde questões políticas sobre individualismo, socialismo, anarquismo, pobreza, filantropia e as limitações da liberdade eram amplamente discutidas.
Assim como De Profundis (obra com a qual muito tem em comum), A alma do homem sob o socialismo demonstra um grande interesse pela ideia de tornar-se e permanecer livre das convenções, de ganhar consciência de sua própria natureza e de negar-se a comprometê-la em nome de outros interesses.
Em A alma do homem existe uma vigorosa tentativa de sustentar que cada indivíduo – não só o homem excepcional, o artista – pode achar e expressar a si próprio. Trata-se de um libelo em favor da liberdade de expressão do homem comum na verve do mais ferino dos dândis.
Posteriormente, ao sair da prisão, depois de servir dois anos de uma pena extremamente dura, com trabalhos forçados e confinamento solitário e silencioso, Wilde ainda escreveu duas cartas ao jornal Daily Chronicle, unindo-se ao debate sobre as reformas penitenciárias. Foram seus últimos trabalhos em prosa. O poema Balada do cárcere de Reading, sua última obra, também foi escrito logo ao sair da prisão, motivado pela execução de um prisioneiro enquanto Wilde ainda estava encarcerado.

  

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Oscar Wilde, além da arte, tinha posições bem definidas sobre outros assuntos, não somente quando escreveu na prisão e depois de ter cumprido sua pena, mas igualmente no auge de sua carreira literária, quando publicou, em The Fortnightly Review, A alma do homem sob o socialismo.
Neste ensaio não faltam epigramas e frases usadas com o mesmo efeito que em suas mais divertidas comédias (“A desobediência é, aos olhos de qualquer estudioso de História, a virtude original do homem”; “A caridade cria uma legião de pecados”; “Egoísmo não significa viver como se deseja, mas sim pedir aos outros que vivam como se deseja”; “Os Lordes temporais nada dizem, os Lordes espirituais nada têm a dizer, e a Câmara dos Comuns nada tem a dizer e o diz”; “Em séculos passados, o público expunha as orelhas dos jornalistas no pelourinho. O que era horrível. Neste século, os jornalistas ficam de orelha em pé atrás das portas. O que é ainda pior.”), mas A alma do homem é o único trabalho anterior ao seu aprisionamento que mostra interesse tanto por questões como liberdade, autoridade, individualismo e política quanto pela arte.
Ao ser publicado pela primeira vez, este ensaio também contribuiu para um debate animado que acontecia nos periódicos da época, onde questões políticas sobre individualismo, socialismo, anarquismo, pobreza, filantropia e as limitações da liberdade eram amplamente discutidas.
Assim como De Profundis (obra com a qual muito tem em comum), A alma do homem sob o socialismo demonstra um grande interesse pela ideia de tornar-se e permanecer livre das convenções, de ganhar consciência de sua própria natureza e de negar-se a comprometê-la em nome de outros interesses.
Em A alma do homem existe uma vigorosa tentativa de sustentar que cada indivíduo – não só o homem excepcional, o artista – pode achar e expressar a si próprio. Trata-se de um libelo em favor da liberdade de expressão do homem comum na verve do mais ferino dos dândis.
Posteriormente, ao sair da prisão, depois de servir dois anos de uma pena extremamente dura, com trabalhos forçados e confinamento solitário e silencioso, Wilde ainda escreveu duas cartas ao jornal Daily Chronicle, unindo-se ao debate sobre as reformas penitenciárias. Foram seus últimos trabalhos em prosa. O poema Balada do cárcere de Reading, sua última obra, também foi escrito logo ao sair da prisão, motivado pela execução de um prisioneiro enquanto Wilde ainda estava encarcerado.

  

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