Em narrativas fotográficas do ano de 2019, esta obra inicia seu registro in loco, por meio de visualidades inscritas, a partir de três países europeus, em distintas estações do ano: Espanha (ES) no verão, Itália (IT) no outono e França (FR) no inverno.
Percursos pelo velho mundo, trilhas exploradas, histórias na bagagem, fenômenos sinalizados, arquivos de um tempo sem pressa, de um tempo de delicadeza, um tempo terno, em um mundo que gira velozmente. Formas e cores combinadas de uma composição sui generis, na deslizante carícia da câmera sobre paisagens.
Esta obra desvenda meus passos, como flaneur, por caminhos percorridos, trajetos vividos entre temperaturas, percepções e culturas. Por meio de imagens, convoco-os às experiências contidas em sintonia da imagem com a legenda, em discursos de visibilidades, com vestígios de narratividades. Uma descoberta a alguns países do continente europeu, vislumbrando sentidos pelo olhar subjetivo e possível.
A proposta do livro é (hiper)dimensionar o sentido da visão, por intermédio da escuta, dos cheiros, dos sentidos táteis, que reverberem por todos os poros do imaginário, no lampejo de uma impossível completude e assentimento silente. Frio, calor, luz, sons e muitas outras conjunturas, expandindo o horizonte de nossa compreensão, como ecos de enlevos que eternizam memórias, por leituras, que produzem reescrituras deslizantes em perspectivas.
O título Três Estações provoca intencionalmente uma ambiguidade espaço-temporal, no sentido de se referir tanto à época, no caso, três estações do ano: verão, outono e inverno, quanto à mobilidade, por três países, por meio das paragens dos meios de transportes. O duplo sentido define o desígnio do livro, basilar nas andanças, deslocamentos e destinos explorados.
