Gestão E Avaliação De Risco Em Saúde Ambiental

São muito antigos, na História da humanidade, os primeiros registros sobre as relações entre ambiente e saúde. Os perigos que cercavam o consumo de água e alimentos contaminados, por exemplo, estão na Bíblia e em documentos egípcios e gregos ainda mais remotos.


Também a saúde pública, desde seus primórdios, assim como a própria medicina, ocuparam-se das relações do ser humano com o meio ambiente. Utilizando enfoques variados, de Hipocrates aos dias de hoje, as ciências da saúde têm procurado as causas, os modos de transmissão e a prevenção das doenças no hábitat humano.
Segundo Canguilhem, é possível identificar duas concepções básicas sobre doença que se alternam na História: a da doença como desequilíbrio do organismo ou quebra de harmonia com o meio ambiente e a concepção ontológica da doença como um ser ou algo que penetra no ser humano e o adoece. Em ambas, de qualquer forma, o ambiente joga o seu papel, pois no primeiro caso, trata-se de uma desarmonia com o meio a ser enfrentada; no outro, algo ou um ser estranho, proveniente de fora, do ambiente que o cerca, produz no interior do ser a doença e a morte.
John Snow, com o seu clássico Sobre a Maneira de Transmissão do Cólera, de 1854, funda a epidemiologia e marca o início de uma nova era na análise das condições de saúde e doença dos grupos humanos. Seu tema, como sabemos, a descoberta das 'relações perigosas' entre o ambiente contaminado (a bomba d'água de Broad Street) e a terrível e devastadora infecção intestinal produzida pelo vibrião colérico na população londrina.
A revolução pasteuriana, que consagra a teoria do germe no final do século passado e representa uma das mais notáveis contribuições científicas na História da humanidade, talvez possa ter produzido, em alguns de seus seguidores de mentalidade mais estreita, a certeza de que tudo estivesse resolvido no longo e doloroso percurso do adoecer e do morrer humano, com a idéia da unicausalidade e da resolução dos problemas com o ataque aos germes no organismo humano, através de substâncias que a moderna ciência iria produzindo. Na realidade, Pasteur e seus seguidores, com muita argúcia, jamais ignoraram o papel do meio ambiente, propondo a clássica tríade agente-hospedeiro-ambiente para explicar o processo de transmissão dos germes recém-descobertos.

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São muito antigos, na História da humanidade, os primeiros registros sobre as relações entre ambiente e saúde. Os perigos que cercavam o consumo de água e alimentos contaminados, por exemplo, estão na Bíblia e em documentos egípcios e gregos ainda mais remotos.
Também a saúde pública, desde seus primórdios, assim como a própria medicina, ocuparam-se das relações do ser humano com o meio ambiente. Utilizando enfoques variados, de Hipocrates aos dias de hoje, as ciências da saúde têm procurado as causas, os modos de transmissão e a prevenção das doenças no hábitat humano.
Segundo Canguilhem, é possível identificar duas concepções básicas sobre doença que se alternam na História: a da doença como desequilíbrio do organismo ou quebra de harmonia com o meio ambiente e a concepção ontológica da doença como um ser ou algo que penetra no ser humano e o adoece. Em ambas, de qualquer forma, o ambiente joga o seu papel, pois no primeiro caso, trata-se de uma desarmonia com o meio a ser enfrentada; no outro, algo ou um ser estranho, proveniente de fora, do ambiente que o cerca, produz no interior do ser a doença e a morte.
John Snow, com o seu clássico Sobre a Maneira de Transmissão do Cólera, de 1854, funda a epidemiologia e marca o início de uma nova era na análise das condições de saúde e doença dos grupos humanos. Seu tema, como sabemos, a descoberta das ‘relações perigosas’ entre o ambiente contaminado (a bomba d’água de Broad Street) e a terrível e devastadora infecção intestinal produzida pelo vibrião colérico na população londrina.
A revolução pasteuriana, que consagra a teoria do germe no final do século passado e representa uma das mais notáveis contribuições científicas na História da humanidade, talvez possa ter produzido, em alguns de seus seguidores de mentalidade mais estreita, a certeza de que tudo estivesse resolvido no longo e doloroso percurso do adoecer e do morrer humano, com a idéia da unicausalidade e da resolução dos problemas com o ataque aos germes no organismo humano, através de substâncias que a moderna ciência iria produzindo. Na realidade, Pasteur e seus seguidores, com muita argúcia, jamais ignoraram o papel do meio ambiente, propondo a clássica tríade agente-hospedeiro-ambiente para explicar o processo de transmissão dos germes recém-descobertos.

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