No livro O Realismo estruturalista: do intrínseco, do imanente e do inato, Norman Roland Madarasz argumenta em favor da reativação, em filosofia, do método de análise estrutural. Nas versões ortodoxas da história da filosofia na França no século XX, a representação do período posterior a 1968 tende a representar um caso quase inédito: após ter transformado os resquícios da filosofa moderna nas ciências humanas e sociais, o estruturalismo teria subsequentemente se apagado, os seus modelos linguísticos e lógicos tendo sido substituídos no decorrer dos anos 1970 por outros provenientes da arte, da literatura e da psicanálise, antes de se fundirem nas configurações dos “pós”. Madarasz argumenta que, ao contrário do apagamento alegado, o estruturalismo teria se tornado apenas indiscernível, e isto devido à nova configuração do conceito estrutural de sujeito, apresentado como veículo da multiplicidade irredutível. O estruturalismo não é e nunca foi um determinismo radical, e ainda menos um nominalismo ou relativismo que adotaria uma postura anticientífica. Através do estruturalismo se pensa sobremaneira a relação entre a filosofia e uma modelização radical da ciência como criação de novas teorias que são tantas figuras do sujeito. Madarasz ainda defende que os dois maiores sistemas estruturais da atualidade se distinguem e se aproximam ao recusar esta identificação: o sistema filosófico de Alain Badiou, com sua ontologia intrínseca e imanente, e a teoria da faculdade da linguagem de Noam Chomsky, com sua biolinguística inatista. Assim, defende-se que o estruturalismo configura o principal modelo de análise para uma teoria do sujeito que não é nem fenomenológico-existencial, nem totalizante, mas genérica, gerativa e, por ser a teoria do sujeito da alteridade irredutível, indiscernível.
O Realismo Estruturalista: Do Intrínseco, Do Imanente E Do Inato
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